A temporada de divulgação dos balanços semestrais das instituições
financeiras no Brasil foi inaugurada por Bradesco e Itaú. Exatamente uma
semana antes de os bancários entregarem à federação dos bancos a pauta
de reivindicações para a Campanha Nacional 2012, os dois maiores mostram
excelentes resultados. “E que poderiam ser ainda maiores caso os
provisionamentos não tivessem sido ainda mais inflados que em outros
anos”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.
O
lucro líquido do Bradesco chegou a R$ 5,7 bi, representando crescimento
de 2,7%. E só não foi maior porque o banco continua elevando a provisão
para devedores duvidosos (PDD). Essa reserva, feita com base na
expectativa de perdas com inadimplência, entra no resultado como
despesa, portanto, diminui o lucro.
No primeiro semestre deste ano o PDD do Bradesco cresceu quase 40% em
relação ao mesmo período do ano anterior. O banco justifica a elevação
com base na expansão das operações de crédito e na elevação da
inadimplência, que, de acordo com o próprio balanço, elevou-se apenas
0,1 p.p. no trimestre.
O Itaú apresentou lucro líquido recorrente de R$ 7,13 bi no primeiro
semestre de 2012, com expansão de 2,5% em relação ao mesmo semestre de
2011.
O índice de inadimplência das operações vencidas acima de 90 dias teve
pequena alta de 0,1 ponto percentual em comparação com o trimestre
anterior. O resultado semestral do banco foi impactado negativamente
pelo PDD, que cresceu 26,7% se comparado com o primeiro semestre de
2011, somando?R$ 12 bilhões.
Tarifas –
A receita dos bancos com prestação de
serviços aumentou 15%, chegando a R$ 22,8 bi no último ano, de acordo
com levantamento feito pela Austin Rating, agência classificadora de
risco, a pedido do jornal Brasil Econômico. No Itaú, o aumento foi de
10,3%, evoluindo para R$ 10 bilhões. No Bradesco, a renda com serviços
avançou 15,7%, para R$ 8,3 bilhões.
“Na próxima quarta-feira 1º de agosto, entregaremos aos bancos nossa
pauta de reivindicações para a Campanha Nacional 2012. Essa pauta é
fruto de debate amplo e democrático, feito por bancários de todo o
Brasil. Ou seja, deve ter toda atenção e o respeito da Fenaban”, afirma
Juvandia. “Vamos para a primeira mesa de negociação, marcada para 7 de
agosto, negociar nossa pauta com toda a seriedade e certos de que, com
esse resultado, os bancos podem atendê-la.”