Os brasileiros mais ricos têm uma fortuna estimada em US$ 520 bilhões
(mais de R$ 1 trilhão) depositados em paraísos fiscais, o quarto maior
volume de recursos no mundo, atrás apenas de China (US$ 1,18 trilhões),
Rússia (US$ 798 bilhões) e Coreia do Sul (779 bilhões).
O valor foi levantado no estudo Price of Offshore Revisited, escrito por
James Henry, ex-economista-chefe da consultoria McKinsey, e encomendado
pela Tax Justice Network.
No total, os milionários de 139 países pelo mundo têm entre US$ 21
trilhões e US$ 32 trilhões depositados em “offshores” ao fim de 2010.
Somente 100 mil pessoas, que formam uma elite financeira global,
respondem por US$ 9,8 trilhões desse total.
– O estudo focou um enorme buraco negro da economia mundial que nunca
foi mensurado, a riqueza privada offshore, um vasto volume de ganhos que
não são tributados – explicou Henry no relatório do estudo.
O tamanho da fortuna em paraísos fiscais chama atenção em um momento em
que muitos países precisam arrecadar impostos e cortar gastos para
enfrentar seus problemas de endividamento.
O estudo revelou ainda que 50 bancos privados movimentaram US$ 12,1
trilhões, entre as fronteiras dos países, para seus clientes. Os
destaques ficam para gigantes como UBS, Credit Suisse e Goldman Sachs.
Entre os latino americanos, os muito riscos com dinheiro em paraísos
fiscais são principalmente de países como México (US$ 417 bilhões),
Venezuela (US$ 406 bilhões) e Argentina (US$ 399 bilhões).
O estudo foi realizado com base em dados do Fundo Monetário
Internacional (FMI), do Banco Mundial (Bird), do Banco de Compensações
Internacionais (BIS) e dos governos nacionais.