Olinda, Janga, Pina,
São Lourenço, Carpina, Ilha do Leite… por onde o Sindicato tem
passado, o cenário nas agências da Caixa Econômica é o mesmo.
Faltam funcionários, sobra trabalho, a extrapolação de jornada é
corriqueira, a marcação irregular do ponto é comum, as metas são
cada vez maiores.
Desde o final de junho, uma equipe de
dirigentes sindicais está organizando reuniões em cada uma das
agências, em preparação à Campanha Nacional dos Bancários 2012,
que está começando. E a reclamação é sempre a mesma: as péssimas
condições de trabalho.
Esta semana, foram cinco agências
visitadas: Janga, São Lourenço, Herculano Bandeira, Carpina e Ilha
do Leite. Na terça-feira, 10, a presidenta do Sindicato, Jaqueline
Mello, e o diretor João Marcelo se reuniram com os bancários da
Caixa no Janga. A agência é localizada dentro de um shopping. E,
antes das nove horas, a fila já se estendia do lado de fora. “As
metas aumentaram, a quantidade de pessoal é insuficiente, ninguém
tem condições de fazer as pausas regulares”, diz Jaqueline.
Segundo ela, os bancários são unânimes quanto à
necessidade de reforçar, na pauta de reivindicações, as questões
de valorização do trabalhador. “Eles lembraram, por exemplo, que
todo ano se conquista mais contratações. No entanto, onde estão
estas contratações que ninguém vê? O pessoal está disposto a se
mobilizar e ressalta a importância de rediscutir a organização das
greves, para que não haja agências que fechem com as pessoas
trabalhando internamente”, diz Jaqueline.
Duas semanas
antes, cenário semelhante foi encontrado na agência de Olinda, onde
a secretária de Comunicação do Sindicato, Anabele Silva, o
secretário de Assuntos Jurídicos, Justiniano Júnior, e o diretor
Gilvan Santana discutiram a importância dos trabalhadores não se
sujeitarem à marcação incorreta do ponto.
Condições de
trabalho – Mas o excesso de trabalho e a falta de funcionários ditam
as regras. Em São Lourenço, cidade que vem crescendo por conta das
preparações para a Copa, as demandas aumentam, mas a estrutura e a
quantidade de pessoal é a mesma.
“Durante a reunião, os
bancários salientaram que as questões de jornada e contratação
têm de ser prioridades nesta Campanha e que não adianta conquistar
melhores salários se as condições de trabalho permanecerem
iguais”, conta Anabele.
Segundo ela, a reunião em Carpina
sequer pôde ser realizada por conta da extrapolação de jornada. “A
gente pretendia reunir o pessoal depois do expediente. Mas, apesar da
agência fechar às 15h, duas horas depois ainda tinha gente para ser
atendida”, afirma a dirigente. Mesmo assim, o Sindicato conversou
com os trabalhadores, que reforçaram a realidade já percebida nas
demais agências.
É o caso da Caixa na Herculano Bandeira.
Lá, de 14 trabalhadores, apenas nove estão trabalhando: três estão
de licença, um de férias e uma de licença-maternidade. O trabalho
se estende até oito, nove horas da noite.
Na agência, a
reunião foi realizada na quarta-feira, 11, com a secretária de
Bancos Públicos do Sindicato, Daniella Almeida, e a diretora Dileã
Raposo. “É um cenário comum a todas as agências: falta gente, o
quadro de adoecimento é gravíssimo, as metas aumentam e o
trabalhador, para dar conta da demanda, acaba se sujeitando à
marcação incorreta do ponto”, diz Daniela.
Junto com
Justiniano Júnior, ela se reuniu, também, com os bancários da Ilha
do Leite, nesta quinta-feira, 12. “Em todo canto por onde a gente
tem passado é isso o que se vê. A Campanha Nacional está chegando
e a gente precisa de uma mobilização forte para garantir melhores
condições de trabalho”, ressalta Daniela.
Na próxima
semana, por conta da Conferência Nacional, que acontece de 20 a 22
em Curitiba, serão feitas reuniões em apenas duas unidades:
Espinheiro e Caxangá. “Mas a intenção do Sindicato é realizar,
até setembro, reuniões em todas as agências da Região
Metropolitana e algumas cidades do interior”, afirma Anabele Silva.