Fenaban enrola e mais uma vez não traz dados sobre promoção de igualdade

O Sindicato e a
Contraf-CUT cobraram da Fenaban nessa terça-feira, dia 3, avanços
no plano de ação do Mapa da Diversidade, feito em 2009 com o
objetivo de corrigir as distorções de gênero, raça e pessoa com
deficiência nas instituições financeiras. Durante a reunião da
mesa temática de Igualdade de Oportunidades, os bancários disseram
que os bancos fazem muita propaganda sobre o tema, mas têm poucas
ações efetivas.

“Os avanços devem ser traduzidos em
números concretos e medidas efetivas no combate à discriminação e
não simplesmente serem usados como marketing político”, afirma
Deise Recoaro, secretária de Mulheres da Contraf-CUT.

A
secretária da Mulher do Sindicato, Sandra Trajano, representou os
bancários de Pernambuco na negociação nacional.

Apesar de
os assuntos tratados na reunião terem sido encaminhados com
antecedência, os bancos não trouxeram os dados solicitados pelo
movimento sindical e a reunião terminou com alguns pontos em aberto.

Foram três pontos discutidos: o monitoramento do Portal de
Igualdade, realizado pela Febraban, o acompanhamento da quantidade de
casais homoafetivos, conforme estabelece a cláusula 47ª da
Convenção Coletiva de Trabalho que trata da extensão da isonomia
de tratamento, e a avaliação do curso de formação de líderes
promovido pela Febraban, como parte de um programa que visa a
sensibilização dos gestores sobre o tema da diversidade.

Portal
de Igualdade –
As entidades sindicais reivindicaram a divulgação
de informações sobre o Portal de Igualdade, criado para receber
currículos e divulgado pela Febraban como instrumento de inclusão.
O objetivo é obter informações sobre as pessoas que estão sendo
contratadas, se são mulheres, negros, homossexuais e em quais
funções estão sendo alocadas.

A entidade patronalse
comprometeu a fazer uma divulgação deste processo a cada seis
meses, com base nos dados da Rais. Mas o Sindicato deixou claro que
essa informação é insuficiente para saber se o Portal de Igualdade
está sendo usado como instrumento de inclusão de fato.

Casais
homoafetivos –
Os dirigentes sindicais também solicitaram
informações sobre o direito conquistado na Convenção Coletiva de
Trabalho para evitar a discriminação por orientação sexual nos
bancos. O Sindicato cobrou que a Fenaban apresente números
referentes aos casais homoafetivos, uma vez que a partir do
reconhecimento da união civil as pessoas dão entrada nos bancos
para a inclusão no plano de saúde.

Os bancários também
questionaram o formulário divulgado pelos bancos que não possui
nenhum item sobre orientação sexual. No entanto, apesar da
informação enviada com antecedência de que esse ponto seria
discutido no encontro, o item ficou em aberto e será tratado na
próxima reunião. A Fenaban alegou que não teve tempo suficiente
para analisar a questão.

Curso de formação de líderes
O movimento sindical avalia que, para combater as
discriminações, é necessário desconstruir conceitos e
preconceitos históricos na sociedade. A categoria bancária é
exemplo de diálogo social devido ao amadurecimento adquirido depois
de mais de uma década de intenso debate com os bancos.

“Desta
forma, o curso de formação de líderes da Febraban pode cumprir um
papel importante nesta desconstrução. Essa é mais uma ação
afirmativa anunciada no plano de ação e, por isso, queremos
contribuir com a visão do movimento sindical em relação ao tema. A
própria Febraban reconhece que os sindicatos impulsionaram esse
debate junto aos bancos”, comenta Deise.

Ficou decidido
durante o encontro que esse curso será novamente discutido em
próximas reuniões para que o tema seja aprofundado.

A
Fenaban propôs a realização de uma nova reunião da mesa temática
para o final deste mês, em data ainda a ser definida, para que os
debates sejam retomados e os dados com os quais se comprometeram
sejam apresentados.

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