A Contraf-CUT enviou
nesta quarta-feira 29 carta aos seis maiores bancos que operam no
país (BB, Itaú, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC), que empregam
mais de 90% da categoria bancária, solicitando a marcação de
negociações específicas com cada um deles, “dentro da maior
brevidade possível”, para discutir as reivindicações dos
bancários sobre emprego, buscando a ampliação de postos de
trabalho e a melhoria de condições de saúde e trabalho.
A
iniciativa ocorre depois da rodada de negociação realizada nesta
terça-feira 28 com a Fenaban, na qual a entidade patronal se recusou
a tratar do tema emprego na Convenção Coletiva dos Bancários,
sinalizando que esse assunto, que é de extrema importância para a
categoria, deveria ser discutido banco a banco com a realização de
acordos coletivos.
“Esperamos negociar com cada banco a
criação de novas vagas, garantias contra demissões imotivadas e o
fim da rotatividade, que é um truque dos bancos para reduzir a massa
salarial da categoria e turbinar os lucros”, afirma Carlos
Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional
dos Bancários.
Leia abaixo o texto da carta da Contraf-CUT
endereçada aos bancos:
Solicitação de negociação
específica sobre emprego
“O emprego tem sido
uma das prioridades da Campanha Nacional dos Bancários 2012. A pauta
de reivindicações da categoria apresenta um conjunto de propostas,
que visam a geração de mais empregos, fim da rotatividade, garantia
contra demissões imotivadas e cumprimento da jornada de seis horas
trabalho, dentre outras.
“A 14ª Pesquisa do Emprego
Bancário, feita pela Contraf-CUT e Dieese, com dados do Caged,
apurou que os bancos geraram apenas 2.350 novos postos de trabalho no
primeiro semestre de 2012, o que representa um recuo de 80,40% em
comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram
criadas 11.978 vagas. O levantamento revela também que os bancos
usaram outra vez a rotatividade para reduzir a massa salarial e que
seguem discriminando as mulheres, que entram e saem das empresas
ganhando menos que os homens.
“O tema foi amplamente
discutido em várias rodadas de negociação com a Fenaban, mas não
houve qualquer avanço para os bancários, o que é inaceitável
diante do crescimento da economia brasileira e dos lucros crescentes
dos bancos. Ontem, após nova cobrança das entidades sindicais, o
representante da Fenaban disse que não é possível incluir medidas
de emprego na Convenção Coletiva de Trabalho e apontou que o tema
deveria ser tratado banco a banco, com os quais poderiam ser firmados
acordos coletivos de trabalho.
“Desta forma, vimos
solicitar a marcação de uma negociação específica sobre emprego,
dentro da maior brevidade possível, a fim de que possamos discutir
as reivindicações da categoria e buscar um acordo coletivo para
tratar dessa importante demanda dos bancários, que visa a ampliação
dos postos de trabalho e a melhoria das condições de saúde e
trabalho dos bancários.”
Cordiais saudações,
Carlos
Cordeiro
Presidente da Contraf-CUT
Coordenador do Comando
Nacional dos Bancários