Negociação sobre segurança bancária termina em impasse


O Sindicato e a Contraf-CUT cobraram dos bancos nesta quinta-feira, dia 28, a instalação de portas de segurança com detectores de metais em todas as agências e postos de atendimento bancários do país. Também exigiram medidas de combate ao crime da “saidinha de banco”.

As reivindicações foram apresentadas durante as negociações da Mesa Temática de Segurança Bancária com a Fenaban, em São Paulo. O secretário de Saúde do Sindicato, João Rufino, representou os bancários de Pernambuco na reunião. “A negociação não foi boa e terminou sem avanços. Mais uma vez os bancos frustraram as expectativas dos bancários e de toda a sociedade”, comentou Rufino.

O representante da Fenaban alegou que esses temas não têm a ver com relações de trabalho, ignorando os riscos a que estão expostos bancários e vigilantes nas agências e postos. Além disso, os bancos não querem mais discutir esses assuntos, o que mostra descaso com a segurança dos trabalhadores.

“Não aceitamos travar o debate de segurança. Hoje faltam equipamentos nos bancos que aumentem a prevenção contra ataques e tragam privacidade nas operações de saque nos caixas. Não é à toa que há mortes, feridos e traumatizados em assaltos envolvendo bancos”, afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr. “Queremos trabalho seguro”, completou.

Nova reunião ficou pré-agendada para o final de julho, quando a Fenaban deverá apresentar a estatística de assaltos a bancos do primeiro semestre deste ano. O Sindicato e a Contraf-CUT pautaram também o problema dos sequestros de bancários em todo país.

Portas de segurança – A instalação das portas giratórias, a partir do final dos anos 90 diante da mobilização dos bancários em todo país e da aprovação de leis municipais de várias cidades, reduziu drasticamente os assaltos a bancos, conforme a estatística da Febraban. O número caiu de 1.903 em 2000 para 369 em 2010.

Mas houve um aumento para 422 em 2011, um crescimento de 14,36%. No ano passado, alguns bancos, como o Itaú, retiraram essas portas em cidades sem lei municipal, enquanto outros, como o Bradesco, inauguraram agências e postos de atendimento sem esse equipamento de segurança, aumentando o risco para bancários, vigilantes e clientes.

Para a Fenaban, a porta de segurança pode ser ou não um item do plano de segurança de cada estabelecimento bancário. Os dirigentes sindicais defenderam a obrigatoriedade, mostrando que esse equipamento traz segurança e protege a vida das pessoas, a exemplo do aparelho de Raio-X nos aeroportos e órgãos públicos.

Combate à “saidinha de banco” – As propostas dos bancários para enfrentar esse crime também foram recusadas pela Fenaban. Os bancários defenderam a instalação de biombos entre a fila e a bateria de caixas, a colocação de divisórias opacas e individualizadas entre os caixas, a instalação de sistemas de monitoramento em tempo real em agências e postos de atendimento, e a isenção das tarifas de transferências (TED, DOC) para diminuir a circulação de dinheiro.

Conforme pesquisa nacional da Contraf-CUT e da CNTV, com base em notícias da imprensa, 49 pessoas foram mortas em assaltos envolvendo bancos em todo país no ano passado. Desse total, 32 foram assassinadas em “saidinhas de banco”.

“Sem negociação, os bancários vão continuar pressionando os bancos para que respeitem leis municipais de segurança”, destaca João Rufino. No Recife, três agências foram interditadas pela Prefeitura, após pressão do Ministério Público, em razão do não cumprimento da legislação da cidade.

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