Sem Terra ocupam agências do Banco do Nordeste em Pernambuco

Trabalhadores rurais do MST ocuparam na manhã desta quinta-feira (28)
as agências do Banco do Nordeste nos município de Bezerros e Pesqueira,
em Pernambuco.

Os agricultores denunciam a situação de emergência vivida nos
assentamentos e comunidades rurais em toda a região do semiárido do
Nordeste, assolado por uma seca que tem sido considerada por muitos
especialistas como a pior dos últimos 30 anos.

Ao todo, segundo dados das defesas civis estaduais, mais de 750
municípios já decretaram situação de emergência por conta da estiagem e
mais de 4 milhões de pessoas estariam em áreas diretamente afetadas. Só
em Pernambuco, já são 72 cidades em situação de emergência.

Para
os Sem Terra, por um lado faltam políticas estruturantes para
convivência com o semi-árido, e por outro os governos têm sido incapazes
de estabelecer políticas concretas e eficientes de combate aos efeitos
da seca.

Uma das principais questões trazidas pelos agricultores é
a extrema burocracia exigida para a obtenção do crédito estiagem, o que
dificulta o acesso por grande parte das famílias.

“Se a proposta é ter um crédito emergencial, que possa salvar pelo
menos parte das lavouras e da pecuária para evitar maiores danos aos
agricultores, ele tem que ser de acesso rápido e fácil. Do jeito que ele
está estruturado, os agricultores que conseguirem acessar, quando o
crédito chegar já não terá mais nada para ser salvo”, afirma Jaime
Amorim, da Direção Estadual do MST. “O crédito tem que contar também com
propostas de investimentos estruturadores, para além do custeio
emergencial”, continua Amorim.

Nesse momento, em virtude das
mobilizações, um grupo da Direção Estadual do MST está reunido com
representantes do Banco do Nordeste no Estado. A pauta apresentada pelo
MST reivindica ainda crédito para a estruturação da produção irrigada
nas áreas com potenciais; fomento especial para estiagem, no valor de R$
4 mil por família; acesso a recurso para a construção de cisternas; e a
criação de assentamentos em todas as áreas ao redor dos canais da
transposição do Rio São Francisco, conforme compromisso já assumido pelo
Ministério da Integração Nacional.

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