O Santander deverá abrir capital no México neste ano. A informação foi
dada pelo presidente mundial do grupo, Emilio Botín, durante encontro
com jornalistas nesta segunda-feira (25) em Boadilla, na região
metropolitana de Madri.
“Vamos bem no México”, disse. Botín espera que as operações no país cresçam com a bancarização da população.
A abertura de capital na Argentina neste ano, por sua vez, está
descartada. Botín não disse o motivo e não quis comentar o caso YPF,
empresa espanhola que teve suas ações nacionalizadas recentemente pelo
governo argentino. “Não opino porque a YPF é nossa cliente.”
Brasil – O Santander também voltou a negar a venda de parte do banco no Brasil.
“Santander não compra Bradesco”, ironizou Botín ao ser questionado sobre
a possibilidade de seu banco ser vendido.
Executivos do banco afirmam que não faz sentido vender participação no
Brasil, país que hoje responde por cerca de 29% do lucro do grupo. As
operações na América Latina respondem por 53%.
O Santander deverá vender uma pequena parte de suas ações até o final do
ano para cumprir as regras da Bovespa e atingir o grau de nível de
governança, que exige que o banco detenha, no máximo, 75% de seus
papéis. Hoje o banco tem 75,9% das ações. Cerca de 4% pertencem a um
fundo do Qatar e o restante é negociado em Bolsa.
José Antonio Álvarez, diretor financeiro do grupo, afirmou que o
Santander pode se desfazer de negócios considerados colaterais, ou seja,
que não estão diretamente ligados ao banco – como fez com as operações
de seguros, vendidas à Zurich em 2011.
No primeiro trimestre do ano, o banco lucrou R$ 1,766 bilhão no Brasil, um crescimento de 7,5% sobre o período anterior.
Crise – Repetindo a mesma fala dos últimos dias, o Santander voltou a afirmar
que está sólido e que não irá precisar de recursos públicos para
contornar a crise. Botín afirmou que as provisões feitas serão
suficientes para sanar possíveis problemas causados pela piora na
carteira de crédito imobiliário.
Ainda sobre a ajuda do governo espanhol aos bancos, ele afirmou que o
sistema financeiro do país sairá fortalecido após o socorro oferecido às
instituições deficitárias.