A Câmara paraguaia, dominado pelos partidos de direita, abriu processo
de impeachment nesta quinta-feira (21) contra o presidente Fernando
Lugo. Senado agora também discutirá a medida. Trata-se de um eufemismo
para golpe de Estado, segundo analistas consultados por Carta Maior.
Não
é a primeira vez que setores dos grandes proprietários de terra aliados
de setores empresariais tentam interromper a vida democrática do país
vizinho. À diferença de outras situações ao longo do século XX é que a
ação atual recobre-se de uma fachada legal.
O pretexto é que
Lugo teria sido negligente na resolução de conflitos agrários, como o
ocorrido há uma semana em Curuguaty, próximo a fronteira com o Brasil.
Na ocasião morreram nove camponses e seis policiais.
Por
“negligência” entenda-se as tentativas do mandatário de resolver os
problemas com negociação e não através de violência pura que caracteriza
historicamente a resolução de conflitos sociais no país.
Os
presidentes da Unasul, reunidos no Rio de Janeiro, colocam-se
frontalmente contra o golpe. A situação em Assunção é de calma aparente.
Manifestações populares de apoio começam a acontecer na capital. Em
pronunciamento feito nesta manhã e transmitido pela tevê paraguaia, Lugo
descartou a possibilidade de renúncia.