A Contraf-CUT, federações e sindicatos participaram na tarde desta
terça-feira (19) da retomada da mesa de negociação sobre terceirização
com a Fenaban. As entidades sindicais rejeitaram a formulação trazida
pelos representantes dos bancários sobre como reverter o processo de
call center das entidades financeiras.
A formulação apresentada pela Fenaban trata de incluir este grupo de
terceirizados na categoria bancária aplicando a CCT no tocante aos
direitos e benefícios, mas sem contemplar o piso salarial da categoria.
“Não podemos aceitar a redução do piso da categoria para este segmento,
até porque já fizemos contratações banco a banco, nas quais foi mantido o
cumprimento da CCT na íntegra, inclusive com os pisos da categoria.
Nestes casos tratamos de maneira diferenciada apenas a questão da
jornada de trabalho, uma vez que este setor trabalha ininterruptamente
24 horas por dia, inclusive sábados, domingos e feriados”, afirma Miguel
Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.
“No caso específico do call center é inviável aceitarmos a formulação
até porque já temos contratação com diversos banco do sistema, em que o
centro do ajuste foi a jornada de trabalho nos finais de semana e
feriado e não a redução do piso da categoria. Não há a menor lógica em
estabelecermos um padrão de contratação via Fenaban que rebaixe um
patamar já conquistado em contratação banco a banco”, completa Miguel.
“Nós não estamos à busca de qualquer acordo somente para trazer a
representação sindical dos terceirizados para o Sindicato dos Bancários.
O nosso compromisso é com a melhoria das condições de vida e de
trabalho destes trabalhadores”, afirma o dirigente da Contraf-CUT.
A proposta é que a Fenaban reveja a formulação apresentada na mesa de
hoje. “Este assunto ainda não se encerrou neste espaço de debate. A
construção da proposta deve continuar. Queremos também abranger outras
áreas de serviços terceirizados que não seja o call center”, afirma
Miguel. “Com a proximidade da data-base tudo indica que retomaremos a
mesa somente após a conclusão da Campanha Salarial 2012”, adianta o
dirigente da Contraf-CUT.
Números
– As entidades sindicais registraram mais uma vez a necessidade de se ter o
mapeamento de quantas pessoas estão envolvidas no serviço de call
center. Porém a Fenaban afirmou que não é possível ter o levantamento
exato, porque esta é uma informação de cada banco.
Objetivo da mesa
– O objetivo da mesa temática é construir propostas que possam ser
apresentadas durante a Campanha Nacional, de modo a serem incorporadas
na CCT, assim como aconteceu nos casos de combate do assédio moral e da
segurança bancária, questões que foram incorporadas à Convenção Coletiva
após amplos debates nas respectivas comissões temáticas.