Bancários obtêm avanços na negociação com Santander sobre aditivo e PPRS

Os bancários obtiveram avanços na negociação com o Santander para a
renovação do acordo aditivo à convenção coletiva dos bancários e do
acordo do Programa de Participação nos Resultados Santander (PPRS). Na
terceira rodada ocorrida nesta sexta-feira, dia 15, com a Contraf-CUT,
federações e sindicatos, em São Paulo, o banco espanhol melhorou a
proposta com novas conquistas para os trabalhadores.

Avanços – Na primeira reunião, o banco propôs somente a manutenção do aditivo e do
PPRS nos moldes atuais com vigência de dois anos. Após pressão dos
dirigentes sindicais, o banco avançou na segunda rodada e concordou em
incluir uma cláusula de igualdade de oportunidades e ampliar o número de
bolsas de estudo para primeira graduação, que passariam de 2.300 para
2.500. Mas os representantes dos trabalhadores cobraram mais avanços.

Nesta terceira rodada, a proposta do Santander evoluiu. O banco propôs a
concessão de vale-refeição e cesta-alimentação quando o funcionário
utiliza a licença não remunerada de 30 dias para fins de acompanhamento
de hospitalizado ou doença grave de parentes de primeiro grau e por
afinidade.

O Santander também propôs aumentar o valor do PPRS. No último acordo, o
banco pagou R$ 1.500. A nova proposta estabelece R$ 1.600 para este ano,
e R$ 1.600 mais o reajuste salarial a ser conquistado junto à Fenaban
para o ano que vem. O banco ficou de analisar a reivindicação das
entidades sindicais de efetuar o pagamento em duas parcelas: uma com a
primeira parte da PLR e a outra com a segunda parte da PLR, em cada ano.

A cláusula que trata do grupo de trabalho do SantanderPrevi será
mantida. As entidades sindicais propuseram um novo prazo de até 60 dias
após a assinatura do acordo para concluir os estudos visando a alteração
do processo eleitoral. O objetivo é construir regras democráticas, a
exemplo do Banesprev. Nova reunião já ficou agendada para ocorrer na
última semana de junho.

Com o aditivo e o PPRS, são também assinados os termos de compromisso do
Banesprev e Cabesp, que preveem a manutenção das duas entidades além
dos prazos fixados no edital de privatização do Banespa.

Venda responsável de produtos – Além desses importantes avanços sociais e econômicos, o Santander
aceitou a reivindicação de assinar uma declaração conjunta com as
entidades sindicais pela venda responsável de produtos e serviços
financeiros, nos moldes do documento firmado no ano passado no Comitê de
Empresa Europeu, em Madri, a partir da campanha mundial da UNI
Sindicato Global.

O protocolo foi denominado de “Declaración conjunta del Comité de
Empresa Europeu y la Dirección Central de Grupo Santander sobre el marco
de relaciones laborales para la prestación de servicios financeiros”.
Foi assinado pela UGT e Comisiones Obreras (as duas principais centrais
sindicais da Espanha), pela UNI Finanças (o sindicato global dos
trabalhadores do setor financeiro) e pelo diretor de Relações Laborais
do Santander na Espanha, Juan Gorostidi Pulgar. O instrumento é válido
em todos os países europeus onde o banco atua.

>> Clique
aqui para ler a íntegra da declaração conjunta (em espanhol).

A proposta, já enviada em abril pela Contraf-CUT ao banco, foi reiterada
na quarta-feira (13) ao presidente do Santander Brasil, Marcial
Portela, durante reunião sobre a situação do banco, com a participação
do presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, e a presidenta e a
diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira e
Rita Berlofa, respectivamente.

“O objetivo é acabar com pressões que muitos bancários sofrem no banco
para vender produtos que muitas vezes os clientes não precisam. Trata-se
de um compromisso do banco para oferecer aos clientes um atendimento
ético e respeitoso, esclarecendo sobre os serviços, as taxas de juros e
as tarifas cobradas de forma clara e transparente”, afirma o secretário
de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

O texto em português será definido nos próximos dias. A proposta das
entidades sindicais é promover um evento para a assinatura do documento,
que é inédito no Brasil.

A reivindiação já havia sido apresentada pela Contraf-CUT para a
Fenaban, na Campanha Nacional dos Bancários de 2011, mas não avançou.
“Esperamos que os demais bancos também assinem documentos pela venda
responsável de produtos, pois esse compromisso é bom para bancários,
clientes e instituições financeiras. Todos saem ganhando e é saudável
para um sistema financeiro cidadão”, defende o dirigente sindical.

Avaliação – A Comissão de Organização dos Empregados (COE), que assessora a
Contraf-CUT e os sindicatos nas negociações com o banco, avaliou a nova proposta,
considerando que ela é positiva e amplia as conquistas dos trabalhadores
do Santander, único banco privado que possui um aditivo à convenção
coletiva dos bancários.

Além de agregar novos avanços no aditivo e aumentar os valores do acordo
de PPRS, o Santander se comprometeu a assinar uma declaração conjunta
com as entidades sindicais pela venda responsável de produtos, o que é
muito importante e certamente terá reflexos em todo sistema financeiro,
fortalecendo essa demanda que é de todos os bancários.

A proposta é ainda fruto de um intenso processo de negociação, no meio
do cenário de crise financeira da Espanha e da zona do euro, cujos
desdobramentos ainda são imprevisíveis.

Por isso, a orientação é de aceitação da proposta nas assembleias dos sindicatos.

As reivindicações não atendidas pelo banco, como a garantia de emprego,
continuarão na pauta específica e serão discutidas nos fóruns de
negociação permanente e nos grupos de trabalho com o banco. Além disso,
as entidades sindicais já estão organizando a Campanha Nacional dos
Bancários de 2012, a fim de arrancar novas conquistas para a categoria.

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