A novela das
negociações sobre segurança bancária ganha mais um capítulo
nesta segunda-feira, 4 de junho. É que os bancos garantiram, na
última quarta, 30, que entregarão ao Ministério Público uma
proposta concreta em relação ao Termo de Ajuste de Conduta (TAC)
para cumprimento da legislação. A reunião está marcada para 14
horas. No dia seguinte, as entidades que compõem o Fórum de
Segurança Bancária, entre elas o Sindicato, se reúnem para decidir
os próximos passos.
O promotor Ricardo Van der Linden Coelho
acredita na possibilidade de se chegar a um acordo. “Esta é a
oitava reunião com a Febraban. Nas outras sete, eles não
apresentaram proposta. No entanto, muitos bancos me procuraram, de
forma isolada. E, agora, pela primeira vez, a Federação garantiu
que apresentaria uma proposta concreta”, diz.
A Febraban já
teve várias oportunidades para garantir uma saída dialogada. No dia
11 de abril, venceu o prazo inicial para que os bancos se
pronunciassem sobre a assinatura do TAC. O documento estabeleceria
prazos para que as agências se adequassem à Lei de Segurança
bancária do Recife, em vigor há mais de um ano e meio. Interpelada
pelo Ministério Público, a Febraban (Federação Brasileira de
Bancos) garantiu: assinaria o documento.
Na época, a resposta
animou o promotor Ricardo Coelho: “Estamos muito perto de chegar a
um termo vitorioso”, disse, em audiência com as entidades que
compõem o Fórum de Segurança Bancária. A expectativa era de que,
em uma semana, a briga chegaria a um termo. Conhecedor das artimanhas
do banco, o Sindicato já alertava: “A gente sabe como os bancos se
comportam em negociações. Eles costumam protelar decisões e
sugerir medidas paliativas para fugirem das responsabilidades”,
dizia a presidenta da entidade, Jaqueline Mello.
Dito e feito.
A Febraban protelou a decisão e, duas semanas depois, disse que não
assinaria o Termo. Na semana seguinte, em mais uma manobra, voltou
atrás. Disse que aceitava assinar o documento. Ganhou mais sete dias
e, na data marcada para a assinatura, pediu prorrogação do prazo.
Passou a manter contato constante com o promotor. No entanto, quando
esgotado o tempo, no dia 14 de maio, pediu mais um adiamento. No dia
21 de maio, nada. Nesta quarta, 30 de maio, a Federação acenou com
nova possibilidade: apresentaria proposta concreta em reunião na
tarde do dia 4 de junho. “Mas esta nova promessa dos bancos não
descarta a recomendação de interditar agências inseguras”,
afirma Jaqueline.