Comissão da Verdade toma posse

A
presidenta Dilma Rousseff empossou nesta quarta, 16, os sete membros
da Comissão Nacional da Verdade, que vai apurar os casos de violação
dos direitos humanos ocorridos entre 1946 e 1988, período que inclui
o golpe e a ditadura militar (1964-1985). Seus principais objetivos
são identificar e tornar públicos os locais, pessoas e
circunstâncias relacionados a episódios não esclarecidos da
história do país.

“Não é pacífico cultivar a
ignorância sobre a história”, disse a presidenta. “A
desinformação apenas facilita o trânsito da intolerância. O
Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade, e
sobretudo merecem a verdade factual amigos e parentes que perderam
entes queridos e até hoje continuam sofrendo, como se eles próprios
morressem sempre e a cada dia.”

Além da chefe de Estado, a
solenidade contou com a presença das principais autoridades da
República, os líderes da Câmara e do Senado, incluindo os
ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique
Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, que governaram o país após a
redemocratização.

Dilma aproveitou a solenidade para assinar
o decreto presidencial que regulamenta a Lei 12.527, também
conhecida como Lei de Acesso à Informação (LAI), que passa a
vigorar a partir desta quarta em todo o território nacional,
garantindo aos cidadãos brasileiros o direito de conhecer dados e
informações públicas não sigilosas. Todos as esferas de governo –
federal, estaduais e municipais – estão sujeitas à nova
legislação.

“A nova lei funciona como inibidor do mau uso
do dinheiro público e das violações dos direitos humanos. Com esta
lei, nunca mais os dados relativos a violações dos direitos humanos
poderão ser sigilosos”, disse a presidenta. “A Lei de Acesso à
Informação e a Comissão da Verdade são frutos de um longo
processo de construção da democracia em nosso país, que levou
quase três décadas e do qual participaram sete presidentes da
República.”

O Brasil é dos únicos países da América
Latina que ainda não apurou os crimes cometidos por agentes do
Estado durante a ditadura militar.  

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