Lei de segurança bancária pode ser estendida para região metropolitana do Recife

A lei de segurança
bancária do Recife pode ser estendida para as cidades da região
metropolitana da capital. A proposta será defendida por vereadores
de 14 municípios que demonstraram interesse na legislação, durante
audiência pública realizada nesta quarta-feira, dia 11, pela Câmara
de Olinda.


O Sindicato, que ajudou a construir a lei de
segurança bancária da capital, participou da audiência e
contribuiu com os debates, solicitados pelo vereador de Olinda,
Marcelo Santa Cruz (PT), e que envolveu o Parlamento Metropolitano do
Recife. Segundo a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, que
compôs a mesa da audiência pública, o objetivo é evitar que os
bandidos migrem para as cidades da região diante das dificuldades
impostas pela legislação do Recife.


“Não queremos que a
capital seja uma ilha de segurança, enquanto as cidades do entorno
sofrem com os assaltos a bancos. O Sindicato têm lutado há anos
para garantir mais segurança nas agências bancárias e estas leis
municipais são importantes para combater os crimes e a falta de
investimento das instituições financeiras. Mas, para isso, os
bancos precisam ser fiscalizados e enquadrados para respeitarem a
legislação”, disse Jaqueline.


A lei do Recife foi
discutida exaustivamente na audiência pelos vereadores, que se
comprometeram a levar o debate para suas cidades. O secretário de
Saúde do Sindicato, João Rufino, que também participou do evento,
explica que os debates deixaram claro o papel das prefeituras na
fiscalização dos bancos.


“Foi uma audiência muito boa, o
assunto mobilizou os vereadores da região metropolitana do Recife.
Além da capital, apenas Olinda e Abreu e Lima têm leis de segurança
bancária. Pudemos perceber, inclusive, algumas falhas na legislação
de Abreu e Lima, que tem omissões importantes. Por exemplo, a lei
não obriga os bancos a instalarem vidros blindados nas agências”,
diz.


Saúde do bancário – Durante a audiência, Rufino
falou sobre os impactos da insegurança na saúde dos bancários. Ele
explicou aos parlamentares que os funcionários dos bancos convivem
diariamente com o medo e desenvolvem problemas físicos e mentais por
conta do estresse.


Um dos momentos mais emocionantes da
audiência foi o depoimento do bancário João Marcelo Torres Lopes,
que já viveu o drama de um assalto no posto de atendimento do Itaú
em que trabalhava. Depois do trauma, Marcelo teve problemas físicos
e psicológicos e ainda foi dispensado pelo Itaú. “Entrei no banco
com dezessete anos. Dediquei minha vida à empresa e hoje vivo a base
de remédios”, contou enquanto colocava na tribuna inúmeras caixas
dos medicamentos que toma diariamente.


“A experiência
traumática que passei e as sequelas psíquicas que o assalto deixou
me tornaram um defensor da saúde dos bancários. Hoje, vejo muitos
colegas sendo vítimas do mesmo sistema que eu fui. Eles adoecem,
buscam tratamento e muitos são demitidos. Faço um apelo para que os
vereadores criem leis semelhantes a do Recife em suas cidades. Pois
não há lucro de banco que se sobreponha ao direito à vida”,
destacou João Marcelo na audiência.

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