Os bancários do Banco
do Nordeste no Recife paralisaram por uma hora suas atividades nesta
quarta-feira, dia 28, em protesto contra a redução da Participação
nos Lucros e Resultados (PLR). Durante o ato, realizado no início da
tarde em frente ao centro administrativo do banco na avenida Conde da
Boa Vista, o Sindicato distribuiu bolo de rolo para denunciar a
enrolação do BNB nas negociações.
>> Confira a galeria de fotos do ato
As manifestações
também atingiram o BNB em outros estados e fizeram parte do Dia
Nacional de Luta dos funcionários. Segundo a presidenta do
Sindicato, Jaqueline Mello, os bancários do Banco do Nordeste estão
indignados com a tentativa da empresa de reduzir a PLR.
“Fizemos
esta paralisação de uma hora para mostrar ao banco a nossa
indignação. Os funcionários da agência e dos departamentos do BNB
que funcionam no prédio administrativo desceram logo após o almoço
e realizamos um ato pacífico para protestar contra a possível
redução na PLR. Os trabalhadores do banco decidiram manter o estado
de greve e, caso não haja avanços nas negociações sobre a
participação nos lucros, podemos parar as atividades por tempo
indeterminado”, ressalta Jaqueline.
>> Ouça mais sobre o protesto na Rádio dos Bancários
Segundo levantamento do
Dieese, a PLR dos bancários do BNB pode ter uma queda de 16,2%, o
que pode, inclusive, obrigar os bancários a devolverem parte do
dinheiro recebido na primeira parcela da participação nos lucros,
paga no final do ano passado, após o fechamento da Campanha
Nacional.
Em negociação realizada no último dia 16 de
março, os representantes do BNB informaram aos sindicatos que o
banco pretende distribuir apenas R$ 2,6 milhões para pagamento da
segunda parcela da PLR, valor bem menor que o recebido no ano
passado, embora o lucro da empresa tenha aumentado.
De acordo
com o diretor do Sindicato, Alan Patrício, que representa Pernambuco
na Comissão Nacional dos Funcionários, esta redução é causada
pelo conservadorismo do banco, que fez uma altíssima provisão no
seu balanço para créditos de liquidação duvidosa. “Os
funcionários não têm nada a ver com os provisionamentos do BNB e
não podem pagar por isso”, afirma Alan.
Nesta terça-feira,
dia 27, o banco sinalizou com uma nova proposta de PLR na tentativa
de barrar o Dia de Luta dos Bancários. A proposta, no entanto, ainda
não é oficial e depende da autorização do governo.
Segundo
o banco, além do percentual de 8,64% do lucro líquido de R$ 314,73
milhões (previsto para a segunda parcela) e os 3% da PLR Social, o
BNB está buscando autorização dos Ministérios da Fazenda e
Planejamento para pagar mais 2% do lucro na forma de um adicional.
Graças à pressão dos sindicatos, os bancários agora receberiam
11% do lucro líquido do banco.
“Vamos continuar mobilizados
e prontos para a luta. Até porque, esta proposta ainda não está
assegurada e depende da autorização do governo”, finaliza Alan.