Sindicato presta homenagem às bancárias no Dia Internacional da Mulher

No Dia Internacional da
Mulher, o Sindicato presta uma homenagem às bancárias, com a
distribuição de bombons e brindes numa série de agências e
departamentos dos bancos. O Sindicato também produziu um jornal
especial para marcar a data, comemorada nesta quinta-feira, dia 8 de
março (leia aqui).

O Dia Internacional da Mulher nasceu no
início do século passado da luta pela igualdade de direitos entre
os sexos. Mas, para além das lembrancinhas e dos parabéns, a data
também é motivo de uma intensa reflexão.

Segundo a
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, apesar de todos os avanços
conquistados pelas mulheres nas últimas décadas, a desigualdade
entre os sexos ainda é muito grande. “Nos últimos 80 anos, nós,
mulheres, conquistamos o mercado de trabalho, o direito ao voto e
hoje temos até uma mulher na presidência do Brasil. Mas ainda
estamos longe de garantir, de fato, o fim das discriminações contra
as mulheres”, comenta Jaqueline, a primeira mulher a ocupar a
presidência do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, que em 2011
completou 80 anos.

Jaqueline destaca que os próprios bancos
tratam de maneira diferente seus profissionais. “A bancária ganha
menos que os homens e encontra muito mais dificuldades para fazer
carreira, mesmo estando mais preparada”, explica. “Mas, ao mesmo
tempo, o movimento de resistência contra a discriminação ganha
força e o Sindicato é uma das bases desta luta pela igualdade de
oportunidades”, completa Jaqueline.

A desigualdade nos
bancos –
Segundo pesquisa inédita feita pela subseção do
Dieese na Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do
Ramo Financeiro), as mulheres que trabalham nos bancos têm mais
anos de estudo e atendem mais clientes que os homens. Porém, o
salário da bancária é menor que o dos bancários, as chances dela
ser promovida é bem menor e ela ainda é o alvo principal das
demissões.

O levantamento mostra que as mulheres ocupam
48,48% do total de postos de trabalho nos bancos, totalizando 234.203
trabalhadoras. As bancária têm maior escolarização do que os
homens: 71,67% delas têm curso superior completo, contra 66,52% dos
trabalhadores do sexo masculino. Apesar de mais escolarizadas, as
mulheres ganham em média 24,10% a menos que os homens. Nos bancos
privados, a disparidade de salários de mulheres e homens é maior:
elas ganham 29,92% a menos.

E quanto mais alto o nível de
estudo, pior é a discriminação. As diferenças salariais entre
homens e mulheres com doutorado chegam a 53,25% – enquanto, o salário
médio de um homem com doutorado é de R$ 12.595,93 e o de uma
bancária com o mesmo grau de instrução é de R$ 5.889,10.

A
perspectiva de carreira das bancária também é menor, segundo a
pesquisa. Enquanto as mulheres são maioria nas faixas de idade entre
17 e 39 anos, elas tornam-se minoria partir dos 40 anos. Os dados
revelam que os homens chegaram ao final de três décadas ocupando
cerca de 17 mil vagas, quase o triplo dos 6 mil postos de trabalho
das mulheres com mesmo tempo de casa.

A discriminação em
relação à mulher negra é ainda maior, pois ela sequer tem acesso
ao emprego na mesma proporção que outros setores. Nos bancos,
apenas 8 em cada grupo de 100 trabalhadoras são negras, de acordo
com Mapa da Diversidade de 2009.

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