Os bancários e os
bancos retomaram nesta quinta-feira, dia 1º de março, as
negociações da mesa temática que debate a segurança bancária. Na
primeira reunião do ano, não houve nenhum avanço e a falta de
vontade dos bancos em resolver o problema da insegurança ficou
nítida.
O secretário de Saúde do Sindicato, João Rufino,
que representou os bancários de Pernambuco na negociação nacional,
disse que os bancos não quiseram assumir compromisso algum com o
movimento sindical. “A postura e a arrogância dos bancos
atrapalharam o andamento das negociações. As instituições
financeiras só visam o lucro e não estão nem um pouco preocupadas
com a vida dos bancários e clientes. Esta primeira reunião do ano
foi péssima, esperamos que os representantes dos bancos mudem de
postura na próxima reunião, que está pré-agendada para maio”,
comenta Rufino.
Durante o encontro, a federação dos bancos
(Fenaban) apresentou os dados estatísticos referentes aos últimos
anos, que reforçaram a importância das portas de segurança para
redução dos ataques. Os trabalhadores cobraram mais informações
sobre arrombamentos e “saidinhas” de banco, que vêm gerando
preocupação, principalmente entre os clientes.
Os
representantes da Fenaban não quiseram debater o assunto, alegando
tratar-se de um problema de segurança pública. O movimento sindical
rebateu, argumentando que os caixas eletrônicos são expansão do
sistema financeiro e, portanto, responsabilidades dos bancos,
sim.
Ficou estabelecido que questões pendentes das mesas do
ano passado continuarão no centro dos debates nas reuniões que
devem acontecer em maio. Dentre elas: instalação de câmeras nas
áreas externas do banco, com o objetivo de combater a “saidinha”;
isenção de tarifas para que clientes não circulem com grande
quantidade de dinheiro evitando serem vítimas de assaltantes; além
da instalação de biombos entre os caixas.
“Boa parte das
reivindicações nacionais do movimento sindical está prevista em
várias leis municipais de segurança bancária que temos aqui em
Pernambuco, a exemplo do Recife, Olinda e Abreu e Lima. Mas os bancos
não respeitam essas leis. Conversamos isso com os outros sindicatos
que ficaram assustados com a escalada de assaltos a bancos que
estamos vivendo em Pernambuco. Só nos primeiros dois meses do ano,
tivemos dezoito assaltos a banco, o mesmo número de ocorrências
registradas no ano passado inteiro”, explica Rufino.
Os
representantes dos trabalhadores apresentaram ainda um manifesto
repudiando a atitude de algumas instituições financeiras que estão
retirando as portas de segurança de suas agências em todo o país.
A Fenaban, no entanto, isentou-se de assumir compromisso de sugerir
aos bancos a implantação e ampliação das portas de
segurança.
Brasília – Os sindicatos e a
Contraf-CUT reúnem-se nesta sexta-feira, dia 2, em Brasília, com o
secretário de assuntos legislativos do Ministério da Justiça,
Marivaldo Pereira, para debater o estatuto de segurança privada. Os
bancários levarão sua preocupação diante da falta de investimento
dos bancos para melhorar a segurança de suas agências.