As agências bancárias
do Recife voltaram a ser fiscalizadas nesta segunda-feira, dia 27,
para verificar se elas estão cumprindo a lei municipal sobre
segurança bancária, em vigor há um ano. O Sindicato acompanhou a
equipe do Procon Recife, que constatou que os bancos continuam fora
da lei. As duas agências visitadas, o Santander da Avenida
Parnamirim e Bradesco Casa Forte, foram autuadas e correm o risco de
serem fechadas, caso não se adaptem à legislação.
“Esperamos
que com essa autuação e outras ações mais drásticas que poderão
ocorrer, como o fechamento das agências, os bancos cumpram a lei”,
diz a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, que acompanhou as
fiscalizações juntamente com o secretário de Saúde do Sindicato,
João Rufino, e o diretor Flávio Coelho.
A primeira agência
visitada foi o Santander da Avenida Parnamirim, assaltado na última
sexta-feira (leia mais aqui). A diretora do Procon Recife, Cleide
Torres, responsável por um dos órgãos que comanda a fiscalização,
conta que o desrespeito à lei salta aos olhos.
“Logo que
chegamos à agência, antes mesmo de entrar, flagramos um carro forte
fazendo o abastecimento dos caixas de maneira irregular, já que o
banco não criou a garagem privativa para o veículo, como manda a
lei. Além disso, muitos outros itens previstos na legislação estão
sendo descumpridos. Não há biombos entre os caixas para que os
clientes possam fazer suas transações com segurança, não há
vidros blindados, nem vigilantes e câmeras na área externa da
agência. Isso tudo fragiliza a segurança dos bancários e dos
clientes. Principalmente dos bancários, que ficam mais expostos, já
que eles convivem com a falta de segurança diariamente e não
esporadicamente como é o caso dos consumidores”, explica Cleide,
que ressalta: “com os lucros que os bancos têm, nada justifica
este desrespeito à lei”.
O Sindicato também conversou com
os funcionários da agência, que ainda estão assustados com o
assalto ocorrido na sexta-feira. Segundo Jaqueline, o Sindicato
exigiu e garantiu que a agência não funcionasse nesta
segunda-feira. “Fechamos a unidade e registramos quatro CATs
(Comunicação de Acidente de Trabalho) e encaminhamos outros seis
funcionários para abrirem esta ocorrência no Sindicato. O próprio
banco deveria registrar a CAT, mas as instituições financeiras
fogem desta responsabilidade. Isso prejudica muito o bancário, que
pode desenvolver algum problema psicológico por causa do trauma do
assalto. E sem a CAT fica impossível vincular o problema à uma
doença ocupacional”, explica Jaqueline.
Na agência Casa
Forte do Bradesco, localizada na Avenida 17 de agosto, a fiscalização
também constatou que o banco está descumprindo vários itens da lei
de segurança bancária do Recife. A unidade, que já passou por nove
assaltos, também foi autuada.
Segundo a diretora do Procon, o
desrespeito à lei é visível em praticamente todos os bancos.
“Existe agência que não tem nem mesmo autorização da Prefeitura
para funcionar. O Itaú, por exemplo, não tem portas giratórias em
suas agências e já foi notificado. Vamos voltar às unidades
fiscalizadas e, se o banco não tiver se adequado à lei, vamos
fechar as agências para que as pessoas não fiquem expostas”,
afirma Cleide.
>> Ouça reportagem sobre a fiscalização
aos bancos na Rádio dos Bancários