A ampliação do número de creches como a forma mais eficaz para garantir a
entrada da mulher no mercado de trabalho, a desigualdade de renda entre
os gêneros e a violência contra as mulher são alguns dos principais
temas em debate na 3ª Conferência Nacional de Políticas para as
Mulheres, que começou na segunda-feira (12), em Brasília. A conferência
deve reunir cerca de 3 mil pessoas e a presença da presidenta Dilma
Rousseff participará da cerimômia de abertura.
“A creche é o principal equipamento público para o atendimento adequado
das necessidades da mulher para entrar no mundo do trabalho”, disse a
ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes. Uma
das promessas da presidenta Dilma Rousseff é, justamente, construir 6
mil creches até 2014.
Com relação à diferença de salários, apesar do maior nível de
escolaridade em relação aos homens, as mulheres ganham 30% menos e,
quanto mais especializadas, mais distantes ficam do salário de um homem
com as mesmas qualificações ou que ocupem as mesmas funções.
Sobre o combate à violência, a ministra disse que o encontro
irá consolidar o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra
as Mulheres, firmado há quatro anos. Iriny Lopes avalia que o andamento
do plano foi “médio”.
Ela atribuiu o fraco desempenho ao grande número de ações propostas sem
uma lista de prioridades. “O plano é bom. Mas é [preciso] ter uma
hierarquia e isso faz uma enorme diferença”, disse ela, lembrando que,
na última conferência, foram aprovadas cerca de 400 propostas.
Em relação ao aborto, tema que também consta da pauta de debates e que
sempre provoca polêmica, Iriny Lopes disse que essa é uam discussão
permanente da sociedade. “Esse é um tema que perpassa a sociedade de
maneira permanentemente, não trata somente da conferência. É um debate
autônomo que está dentro da sociedade”.
Sobre a reforma ministerial prevista para janeiro, Iriny Lopes negou que
Dilma Rousseff esteja pensando em fundir a pasta com a Secretaria de
Direitos Humanos. “A presidenta Dilma já disse que não pretende
retroceder nas conquistas do povo. Não há nenhuma discussão sobre isso
dentro do governo”