Bancários cobram da Caixa fim de norma que vincula compensação de horas a metas

A
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT) enviou nesta terça-feira (8) correspondência
endereçada ao presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda,
pedindo que honre os termos firmados na Convenção Coletiva de
Trabalho em relação à compensação das horas do período da greve
nacional dos bancários deste ano. O banco divulgou na quinta-feira
(3) uma circular interna sobre os procedimentos que devem ser
adotados pelos empregados. Nela, a Caixa vincula a compensação das
horas ao sistema de metas do banco.

Para a presidenta do
Sindicato, Jaqueline Mello, a atitude da Caixa é inadmissível e uma
retaliação contra quem fez greve. “O Sindicato não vai admitir,
de jeito nenhum, que o banco vincule a compensação das horas
paradas na greve às metas. Temos um acordo assinado com a Caixa e
acordo é para ser cumprido. Os bancários devem compensar os dias
parados nos termos do acordo, e com bom-senso. E, se o banco
extrapolar, os empregados devem entrar em contato imediatamente com o
Sindicato para tomarmos as medidas cabíveis”, afirma Jaqueline,
que é empregada da Caixa.

Conforme o acordo assinado com os
bancos, os bancários devem compensar os dias parados na greve com a
realização de, no máximo, duas horas extras por dia, de segunda a
sexta-feira, exceto feriados. A compensação vai até o dia 15 de
dezembro e, após esta data, as horas remanescentes serão
anistiadas. O acordo impede ainda qualquer possibilidade de
desconto.

Na carta enviada ao banco, a Contraf-CUT afirma ter
clareza de que os compromissos assumidos devem ser honrados por ambos
os lados e, portanto, “nossa orientação tem sido para os
empregados, dentro da razoabilidade e observados os termos do acordo,
realizarem as horas extraordinárias a fim de regularizar as
pendências geradas pela paralisação”.

Para o Sindicato, a
CI da Caixa deve ser revogada imediatamente, pois a orientação pode
trazer impactos negativos até para a saúde do trabalhador. “Essa
atitude da Caixa vai estimular o assédio moral, já que os gestores
poderão pressionar ainda mais os bancários”, finaliza Jaqueline.

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