As denúncias de
assédio moral em algumas unidades do Banco do Brasil foram o
principal ponto de pauta em reunião do Sindicato com a Gepes
(Gerência de Pessoas), nesta segunda, dia 31. Os casos vieram à
tona pouco depois da greve. Em uma das denúncias, um bancário
passou a ser perseguido depois de se recusar a assinar um termo de
compromisso para cumprimento de metas.
“Nenhum comissionado
deve assinar qualquer tipo de compromisso que trate sobre metas,
ainda que disfarçado de plano de ação”, afirma o
secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix, empregado do Banco do
Brasil.
Segundo os representantes do banco, este procedimento
não é uma orientação da direção. Mas o fato é que o
funcionário que se negou a assinar o documento passou a ser
perseguido de várias maneiras. Os gerentes Miguel Arruda e Airton,
da Gepes, se comprometeram a acompanhar esta e outras denúncias de
assédio.
Dias parados – Outro ponto tratado na reunião diz
respeito à compensação das horas paradas durante a greve. O acordo
prevê que a compensação seja feita até o dia 15 de dezembro. Mas
o Sindicato vem recebendo várias denúncias de bancários que são
forçados a continuar trabalhando depois do horário, mesmo sem
existir nada a ser feito. “Para haver compensação de horas, é
preciso haver necessidade. Tem gente que está sendo obrigada a ficar
depois do expediente arquivando documentos”, reclama Fabiano.
Os
representantes da Gepes também garantiram que não é esta a
orientação do banco. Eles concordaram com o Sindicato que a
compensação deve ser feita com bom senso e diálogo entre gestor e
empregado, inclusive levando em conta a disponibilidade do
trabalhador.
Outros problemas – O velho problema do
ar-condicionado no CSO (Centro de Suporte Operacional) foi outro tema
de discussões. A “novela”, que se estendeu durante vários meses
entre 2009 e 2010, havia sido solucionada após pressão do
Sindicato. Mas, este ano, bastou encerrar a greve e o calor voltou a
incomodar.
O Sindicato argumentou que, caso o problema não
seja solucionado logo, não será possível haver compensação de
horas no local. “Quando chega o final da tarde, ninguém aguenta
trabalhar no CSO. Se for necessário, buscaremos a Justiça para
garantir a saúde dos trabalhadores”, diz Fabiano. Os
representantes do banco garantiram que, até esta sexta, 4, estarão
enviando um engenheiro ao local.
Por fim, o Sindicato
questionou o motivo pelo qual o Sesmt (Serviço Especializado de
Medicina do Trabalho) ainda não estava funcionando. Presente à
reunião estava Gleidys, a nova gerente do serviço. O banco informou
que, até janeiro, abriria concurso para preenchimento das outras
quatro vagas da equipe, com enfermeiros e médicos do trabalho.
Além de Fabiano Félix, o Sindicato foi representado na
reunião pela secretária da Mulher, Sandra Albuquerque; o secretário
de Saúde, João Rufino; o secretário de Aposentados, Luís Freitas;
e o diretor Renato Tenório.