Os bancários, químicos
e metalúrgicos estão lançando um abaixo-assinado conjunto que será
encaminhado ao Congresso Nacional e ao Governo Federal para cobrar a
isenção de Imposto de Renda na Participação nos Lucros e
Resultados (PLR) recebida pelos trabalhadores. A proposta visa
corrigir uma das muitas distorções do sistema tributário
brasileiro, que favorece as empresas em detrimento dos
trabalhadores.
“Hoje, os trabalhadores pagam Imposto de
Renda sobre a PLR, mas os acionistas ficam isentos quando recebem
seus dividendos. Isso é muito injusto, porque nosso sistema
tributário favorece os mais ricos, enquanto penaliza os mais pobres.
Precisamos de uma reforma que inverta essa lógica e este
abaixo-assinado vem ao encontro das mudanças que o Sindicato sempre
defendeu para a cobrança de impostos no Brasil”, explica a
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.
Como o sistema
tributário brasileiro é regressivo, a carga de tributos recai de
forma mais pedada sobre quem ganha menos, enquanto as grandes
empresas contribuem com muito pouco. Para o Sindicato, uma reforma
tributária justa teria de inverter essa lógica regressiva com a
adoção, entre outras medidas, de uma tabela progressiva de IR como
instrumento de distribuição de renda. “Por isso é importante que
todos os bancários participem deste abaixo-assinado”, ressalta
Jaqueline.
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assinado e coletar adesões
Injustiça – Os bancos, que têm
lucros astronômicos, pagam menos impostos que a classe trabalhadora
brasileira. A constatação faz parte de relatório do Sindicato
Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco), lançado em agosto deste
ano. O estudo mostra que em 2009, enquanto os trabalhadores
contribuíram com 10,68% da carga tributária, as instituições
financeiras arcaram com apenas 3,02% da arrecadação do país. De
acordo com o relatório, o sistema tributário brasileiro “tem
sido um instrumento a favor da concentração de renda”, que
agrava o ônus fiscal dos mais pobres e alivia o das classes mais
ricas.
Ainda segundo o Sindifisco, entre agosto de 2010 e
setembro deste ano, as pessoas físicas pagaram um total de R$ 89,9
bilhões, entre IR e valores retidos na fonte como rendimentos do
trabalho. Já os bancos contribuíram com apenas R$ 37,2 bilhões,
somados os pagamentos da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido,
do PIS/Pasep, Cofins e Imposto de Renda.