Médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) devem suspender nesta terça 25 por um período de 24 horas o atendimento em 18 estados brasileiros – Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e Sergipe. Em Pernambuco, os membros da Frente contra a Privatização e em Defesa do SUS se concentram, a partir de 8 horas, na frente do Hospital da Restauração.
O movimento, coordenado pela Associação Médica Brasileira (AMB), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), tem o objetivo de protestar contra a baixa remuneração e as más condições de trabalho no SUS. E também reforçar a luta pela integralidade do Sistema Único de Saúde e contra qualquer tipo de privatização. A estimativa é que 100 mil profissionais de saúde deixem de trabalhar amanhã.
Nos estados onde haverá paralisação, serão suspensos os exames, as consultas, as cirurgias eletivas e outros procedimentos. O vice-presidente do CFM, Aloísio Tibiriçá, garantiu que o atendimento a emergências será mantido. “O movimento é a favor da população e não contra. Não vamos negar esse tipo de assistência”, disse.
Os médicos também reclamam da não implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), da defasagem da tabela do SUS, da ausência de um plano de carreira, das contratações sem concurso e da falta de isonomia salarial na rede pública.
O piso salarial definido pela Fenam em 2011 é R$ 9.188,22 para uma jornada de 20 horas semanais. Um levantamento divulgado pelo movimento indica que os valores pagos atualmente variam entre R$ 723,81 e R$ 4.143,6 – resultando em uma média nacional de R$ 1.946,91.
Mas as reivindicações não se restringem às questões corporativas. Há outras que dizem respeito aos direitos da população: acesso integral ao SUS; fim das filas de espera para exames, cirurgias, leitos e medicamentos; consultas com prazo máximo de 30 dias; investimento na saúde de 10% do orçamento; eleição direta e capacitação para diretores de hospital.