Assalto revela a insalubridade no Santander de Camaragibe

Eram cerca de nove
horas da manhã desta quarta, dia 19, quando os funcionários do
Santander de Camaragibe escutaram um estrondo. Alguns chegaram a
pensar que era o teto que caía. Desde agosto, a agência está em
reforma. E a situação piorou durante e após a greve. Com uma
pequena chuva que caiu na madrugada, a agência estava alagada. Não
havia alarme, câmeras e tapumes substituíam as paredes. O barulho
escutado pelos trabalhadores não era do teto que caía. Eram as
vidraças, na lateral da porta de segurança, que eram quebradas por
assaltantes.

Depois de entrarem na unidade, fortemente
armados, e renderem o vigilante, eles passaram a ameaçar os
bancários. O carro-forte havia passado há poucos minutos e os
funcionários foram obrigados a entregar o malote que abasteceria o
autoatendimento. Para a fuga, os bandidos roubaram o carro de um dos
clientes e levaram o vigilante e o gerente como reféns, que foram
liberados mais adiante.

O Sindicato foi até o local.
Encontrou funcionários muito tensos. Uma delas dizia que já tinha
passado por quatro assaltos: “quando alguém fala um pouco mais
alto, eu já fico nervosa”, contava. A direção do banco mostrou
agilidade no encaminhamento da psicóloga, que escutou os
trabalhadores em grupo e individualmente. Nos próximos dias, o
Sindicato vai conversar com cada um dos trabalhadores para emissão
da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), que o banco não
aceita preencher.

Mas, além da insegurança, os diretores do
Sindicato se chocaram com a insalubridade causada pela reforma na
agência. Além do alagamento e dos tapumes que substituíam as
paredes, havia fios expostos, cimento, poeira espalhados por todos os
locais. As cadeiras onde os bancários sentavam estavam cobertas de
pó. No primeiro andar, escoras seguravam as telhas e lonas plásticas
improvisadas substituíam o forro de gesso. Um dos trabalhadores
chegou a afirmar que ouvira de um cliente a seguinte afirmação:
“Aqui, vocês têm de trabalhar com capacetes e luvas, como
operários”.

A chuva voltou a cair enquanto os dirigentes
do Sindicato aguardavam na agência. As goteiras tomaram conta do
lugar. A água escorria pela fiação e em cima dos caixas. Estavam
presentes o secretário de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo
Times; o secretário de Administração, Epaminondas Neto; o
secretário de Saúde, João Rufino; o secretário de Cultura,
Esportes e Lazer, Adeílton Filho, e o diretor Fábio Régis.

Eles
entraram em contato com o banco para garantir que a agência não
funcione nestas condições. Durante a tarde, os representantes do
Santander deram um retorno e se comprometeram a manter a unidade
fechada nesta quinta e sexta, para que a agência só volte a abrir
quando houver condições de funcionamento. O Sindicato vai voltar ao
local para acompanhar.

Expediente:
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