O Comando Nacional dos
Bancários vai solicitar audiência com a presidenta Dilma Rousseff
para cobrar empenho do governo federal na construção de uma solução
para a greve. Os representantes dos trabalhadores também vão enviar
outra solicitação de audiência ao presidente da Federação
Nacional dos Bancos (Fenaban), Murilo Portugal. Estes encontros foram
decididos nesta terça-feira, dia 11, durante reunião do Comando
Nacional dos Bancários, em São Paulo.
De acordo com a
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, que está em São Paulo
para representar os bancários de Pernambuco na reunião do Comando
Nacional, o objetivo das audiências com a presidenta Dilma e o
presidente da Fenaban é cobrar a retomada imediata das negociações.
“Queremos construir uma proposta de acordo que contemple as
reivindicações dos bancários. Já estamos no 15º dia de greve e
até agora os banqueiros e o governo não fizeram o menor esforço
para encontrar uma solução negociada para o impasse que tomou conta
da nossa Campanha Nacional”, afirma Jaqueline.
Para o
presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, os bancos públicos
federais fazem parte da Fenaban e podem assumir um papel fundamental
para construir uma proposta decente, que atenda às reivindicações
dos bancários. “O governo federal precisa estar ao lado dos
trabalhadores e da sociedade brasileira e cobrar dos bancos uma
solução para a greve e que fortaleça a política de distribuição
de renda e de redução das desigualdades sociais que iniciou no
governo Lula”, enfatiza. Cordeiro afirma que os bancários também
querem discutir com Dilma o papel dos bancos no Brasil e propor a
realização de uma Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro.
O Comando Nacional dos Bancários remeterá também cartas
aos presidentes dos seis maiores bancos do país e que participam da
mesa de negociações da Fenaban (Itaú, Bradesco, Santander, HSBC,
Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal), além do Banco do
Nordeste do Brasil (BNB) e Banco da Amazônia. Na carta, os
trabalhadores vão cobrar a responsabilidade de cada instituição na
retomada do diálogo para construir uma proposta para as questões
gerais dos bancários e para as mesas específicas de
negociação.
Fortalecimento da greve – Durante a reunião, o
Comando Nacional dos Bancários também decidiu ampliar ainda mais a
greve, que já é a maior dos últimos 20 anos. Para isso, os
sindicatos do país inteiro realizarão, na próxima sexta-feira, dia
14, um protesto nacional contra a ganância dos bancos, por emprego
decente e por um sistema financeiro cidadão.