CUT vai lançar campanha e abaixo-assinado contra o imposto sindical

O segundo dia da 13ª Plenária Nacional da CUT, na quarta-feira (5), em Guarulhos, terminou com o lançamento de uma campanha que dialoga diretamente com o tema do evento: liberdade e autonomia, por uma nova estrutura sindical.

Conforme destacou o presidente da CUT, Artur Henrique, a proposta é dialogar com as bases e com os dirigentes sobre a importância da ratificação da Convenção 87 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) – que trata da liberdade e proteção ao direito de livre organização sindical – e sobre a necessidade de substituir o imposto sindical por uma contribuição negocial definida pelos trabalhadores.

Além de inserções na mídia – as peças ainda serão criadas -, haverá ainda um abaixo-assinado. “Vamos aproveitar o mês de março do ano que vem para ampliar essa campanha e levar esse abaixo-assinado aos sindicatos custistas em todo o Brasil e também para aqueles que não são filiados a nós”, explicou.

“A estrutura sindical fragmenta, fragiliza e enfraquece a luta da classe trabalhadora”, comentou Rosane Silva, secretária da Mulher Trabalhadora.

O diretor executivo da CUT, Júlio Turra, lembrou ainda que a ratificação da Convenção 87 da OIT promove o fim da unicidade sindical. “Somos a favor da unidade, mas contra a unicidade porque representa um entrave à democracia. Temos de ir para a base mostrar que os trabalhadores estão tendo suas carteiras batidas em um dia de seu trabalho sem que tenham sido consultados.”

Prêmio da CUT – Um vídeo de apresentação exibido no auditório adiantou temas importantes relacionados à campanha como a autorganização, o aumento da representatividade e autossustentabilidade.

Antes, no dia 13 de dezembro, no Tuca (Teatro da Universidade Católica de São Paulo), também como parte dessa estratégia, a CUT promoverá o prêmio Democracia e Liberdade Sempre. A seleção das entidades, organizações e instituições será submetida ao voto de dirigentes e da base cutista para escolher quem receberá o troféu desenhado pelo artista plástico Elifas Andreatto.

Estratégias – O secretário-geral da CUT, Quintino Severo, falou da cartilha “Conselhos de Políticas Públicas na Estratégia da CUT”, um mecanismo para atuar nas disputas de políticas públicas. “Reunimos tudo o que acumulamos em plenárias, congressos e em cada um dos espaços que atuamos para nortear nossos representantes nos conselhos e no Sistema “S”, destacou.

Secretária de Comunicação, Rosane Bertotti, anunciou a distribuição de kits com DVDs e CDs que servem de instrumento para ajudar na estratégia de comunicação dos sindicatos, federações e confederações. O material é composto por seis vídeos que ensinam conceitos básicos como a utilização de redes sociais. “É um instrumento essencial para disputar a hegemonia”, afirmou.

A Formação de Norte a Sul – Para fazer um balanço da estratégia e ampliar os horizontes de debate sobre o conteúdo e a essência da Formação Cutista, foi lançada também a Revista Forma e Conteúdo – A Formação de Norte a Sul, uma publicação da Secretaria Nacional de Formação da CUT.

Segundo o secretário da pasta, José Celestino Lourenço, o Tino, o material terá o papel de orientar os ramos e sindicatos para a implementação de cursos de formação em suas bases, desenvolvendo quadros qualificados para os desafios colocados para a classe trabalhadora.

Ao final, a Contracs (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços) apresentou aos delegados uma publicação com toda a história de luta e conquistas. “A ideia é que os dirigentes e a militância tomem conhecimento das nossas bandeiras de luta e que não seja apenas da Contracs, mas uma luta de toda a classe trabalhadora”, explicou Lucilene Binsfeld, a Tudi, presidente da Contracs.

Ela citou ainda alguns dos desafios que ainda precisam ser vencidos pelos trabalhadores do ramo, como o fim dos trabalhos aos domingos, ratificação da convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) – que protege o trabalhador contra a demissão imotivada, já que no setor há um grande percentual de rotatividade – e a ratificação da convenção 189 da OIT, recentemente aprovada pela Organização, que estabelece medidas destinadas a melhorar as condições de vida e de trabalho das/os domésticas, mas que precisa ser ratificada pelo Brasil.

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