O silêncio dos bancos está aumentando a insatisfação dos bancários e
fortalecendo a greve nacional da categoria, que cresceu e fechou 8.328
agências de bancos públicos e privados em todos os estados e no Distrito
Federal nesta terça-feira (4), oitavo dia de paralisação. O balanço foi
feito pela Contraf-CUT, a partir dos dados enviados pelos sindicatos
até as 18h30.
O Comando Nacional dos Bancários, reunido em São Paulo, divulgou nesta
terça uma Nota Oficial repudiando o silêncio dos bancos, que não
retomaram as negociações para apresentar nova proposta aos trabalhadores
após oito dias de greve nacional. “Os bancos estão agindo de forma
irresponsável ao permanecerem em silêncio e ignorarem a disposição dos
bancários para retomar o processo de negociações”, denuncia o texto.
“Desde o início reafirmamos nossa disposição para o diálogo, que
consideramos o melhor caminho para resolver o impasse”, afirma Carlos
Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
“Todos os integrantes do Comando estiveram de plantão nesta terça em São
Paulo para retomar as conversas e a Contraf-CUT enviou uma carta à
Fenaban com o mesmo objetivo. Mas não tivemos qualquer resposta dos
bancos”, afirma o dirigente.
A greve começou na última terça-feira (27), após a rejeição da proposta
de reajuste de 8% apresentada pela Federação Nacional dos Bancos
(Fenaban), que representa apenas 0,56% de aumento real.
Os bancários reivindicam reajuste de 12,8% (aumento real de 5% mais
inflação do período), valorização do piso, maior Participação nos Lucros
e Resultados (PLR), mais contratações, extinção da rotatividade, fim
das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade
de oportunidades, melhoria do atendimento dos clientes e inclusão
bancária sem precarização. “Queremos uma proposta decente que atenda as
reivindicações da categoria”, conclui Cordeiro.