Não bastasse terem apresentado uma proposta insuficiente e empurrado a
categoria para a greve, os bancos já começaram a empregar expedientes
de toda sorte na tentativa de enfraquecer o movimento.
Na quarta-feira-feira 28, já no segundo dia da paralisação, em carta
dirigida ao funcionalismo, o diretor de Relações com Funcionários e
Entidades do Banco do Brasil, Carlos Eduardo Leal Neri, que é quem negocia com os
sindicatos a pauta dos trabalhadores, elogia aqueles que, ao contrário
dos que decidiram paralisar, “optaram pelo diálogo sem crise e sem
conflitos” – ou seja, que não aderiram à greve.
Para o Sindicato, trata-se de uma flagrante tentativa do banco de
dividir a categoria. “A greve é o último recurso dos trabalhadores.
Acreditamos na via negocial para a solução de conflitos, mas não foi
isso o que aconteceu na mesa de negociações com o BB”, ressalta o coordenador da Comissão de Empresa dos
Funcionários, Eduardo Araújo.
“Os bancários são uma das categorias mais bem organizadas
nacionalmente e são referência entre os trabalhadores por conta de sua
capacidade de mobilização e pressão. Portanto, não devem se deixar
intimidar por conta do assédio velado de gestores. Repudiamos atitudes
antissindicais como essa e orientamos o funcionalismo a ampliar ainda
mais a greve”, afirma Eduardo Araújo.
Leia a carta do diretor do banco na íntegra:
“No dia de ontem, 27, prevaleceu mais uma
vez o respeito entre o Banco e os sindicatos, entre os bancários que
decidiram paralisar e os que decidiram apostar na continuidade do
diálogo. O BB quer neste momento agradecer a todos os funcionários e
funcionárias que optaram pelo diálogo sem crise e sem conflitos. O Banco
permanece no processo negocial com muito interesse, mantendo a
disposição de encontrar soluções para o nosso Acordo Salarial.
Continuamos apostando na prática do diálogo e no entendimento. Nossa
expectativa também é que se mantenha o espírito de paz e serenidade
neste momento. Desejamos continuar a merecer a confiança do
funcionalismo, na certeza de que vamos celebrar mais um acordo coletivo e
de PLR, coroando e ratificando nossa posição de termos os bancários e
as bancárias com maior quantidade de vantagens e benefícios entre todas
as demais empresas do sistema financeiro”.