Bancários param 7.672 agências no terceiro dia da greve nacional

A greve nacional dos bancários seguiu crescendo em seu terceiro dia
nesta quinta-feira (29), ao paralisar 7.672 agências e centros
administrativos de bancos públicos e privados em 25 estados e no
Distrito Federal. O número representa um aumento de 1.424 unidades
fechadas a mais do que ontem. Em relação à terça-feira, primeiro dia do
movimento, são 3.481 unidades a mais.

O balanço foi feito pela Contraf-CUT, a partir dos dados enviados pelos
sindicatos até as 18h30. Único estado ainda fora da mobilização, os
bancários de Roraima aprovaram a deflagração de greve a partir da
próxima segunda-feira (3).

“O silêncio dos bancos e do governo tem indignado os trabalhadores e
fortalecido a greve, que caminha para ser uma das maiores dos últimos
anos”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador
do Comando Nacional dos Bancários. “Enquanto a Fenaban não apresentar
uma proposta decente, o movimento seguirá crescendo em todo o país.
Mantemos a disposição para o diálogo para construirmos uma convenção
coletiva com avanços econômicos e sociais para a categoria. A retomada
das negociações depende dos bancos e do governo”, sustenta.

Carlos Cordeiro destaca a reivindicação dos trabalhadores pela geração
de mais empregos pelos bancos. “Queremos mais contratações para melhorar
o atendimento aos clientes, reduzir as filas intermináveis nas agências
e garantir condições dignas de trabalho aos bancários, que estão
estressados com a pressão pelo cumprimento de metas abusivas, impostas
pelos banqueiros”, diz o presidente da Contraf-CUT. “Nossas
reivindicações são justas e as empresas têm todas as condições de
atendê-las, diante dos lucros gigantescos que vêm acumulando”, sustenta.

Os bancários entraram em greve por tempo indeterminado após a quinta
rodada de negociações com a Fenaban, ocorrida na última sexta-feira, dia
23, em São Paulo. Os trabalhadores rejeitaram a proposta de reajuste de
8% sobre os salários. Os bancários reivindicam reajuste de 12,8% (5% de
aumento real), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e
Resultados (PLR), mais contratações, fim da rotatividade, melhoria do
atendimento aos clientes, fim das metas abusivas e do assédio moral,
mais segurança e igualdade de oportunidades.

Solidariedade – Os bancários estão realizando em várias capitais passeatas e atos
conjuntos com os trabalhadores dos Correios, em greve há 16 dias.
“Estamos realizando atividades de esclarecimento da população e
mobilização dos trabalhadores. A intransigência dos patrões e do governo
tem aumentado a união e solidariedade entre as duas categorias na luta
por melhores condições de vida”, sustenta Carlos Cordeiro.

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