Caixa tira do ar propaganda que retrata Machado de Assis como branco

A Caixa Econômica Federal informou
que suspendeu a veiculação de peça publicitária em que um ator
branco interpretava o escritor Machado de Assis. Em nota, assinada
pelo presidente do banco, Jorge Hereda, a Caixa “pede desculpas
a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às
causas raciais, por não ter caracterizado o escritor, que era
afro-brasileiro, com a sua origem racial”.

A propaganda
fazia parte da campanha em comemoração aos 150 anos do banco. Na
nota, “a Caixa reafirma que, nos seus 150 anos de existência,
sempre buscou retratar, em suas peças publicitárias, toda a
diversidade racial que caracteriza o nosso país. Esta política pode
ser reconhecida em muitas das ações de comunicação, algumas
realizadas em parceria e com o apoio dos movimentos sociais e da
Secretaria de Política e Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do
Governo Federal”.

“A Caixa nasceu com a missão de
ser o banco de todos, e jamais fez distinção entre pobres, ricos,
brancos, negros, índios, homens, mulheres, jovens, idosos ou
qualquer outra diferença social ou racial”, acrescentou.

No
último dia 19, a Seppir também divulgou nota sobre a campanha da
Caixa, lamentando que Machado de Assis tenha sido representado por
ator branco. “Uma solução publicitária de todo inadequada por
contribuir para a invisibilização dos afro-brasileiros, distorcendo
evidências pessoais e coletivas relevantes para a compreensão da
personalidade literária de Machado de Assis, de sua obra e seu
contexto histórico”, diz a secretaria.

Segundo a Seppir,
o episódio ocorreu no momento em que a Seppir e a Caixa se uniram
para elaborar “um termo de cooperação que envolve, entre
outros, aspectos relacionados à representação de pessoas negras
nas ações de comunicação”.

A Seppir informou que
recebeu por meio da Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial denúncia
sobre a peça publicitária. Foram, então, encaminhados pedidos de
providências para a presidência e ouvidoria da Caixa, o Conselho
Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), a Secretaria
de Comunicação Social da Presidência da República e o Ministério
Público Federal.

Nessa nota, a Seppir pediu a correção da
produção do vídeo, como forma de a Caixa reconhecer “o
equívoco” e considerar “o diálogo que vem mantendo com a
sociedade ao longo da sua trajetória institucional”.

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