Na manhã desta
segunda-feira, dia 5, a caravana do Sindicato voltou à estrada para
visitar as cinco agências bancárias localizadas no centro de São
Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife. A mobilização
acontece no mesmo dia da terceira rodada de negociações com os
bancos pela Campanha Nacional dos Bancários 2011.
“Nosso
objetivo é pressionar os bancos para que eles atendam nossas
reivindicações”, explica a presidenta do Sindicato, Jaqueline
Mello. Segundo ela, a partir de agora os bancários devem ficar
atentos às negociações e participar em peso das atividades de
pressão que estão sendo propostas pelo Sindicato. “Agora é hora
de mostrar força, pois do jeito que as negociações estão indo
teremos de encampar uma forte greve este ano para quebrar a
intransigência dos bancos, que têm se recusado a atender todas as
nossas reivindicações”, explica Jaqueline.
Nesta
terça-feira, dia 6, a caravana do Sindicato esquenta a mobilização
dos bancários que trabalham nas agências da avenida Caxangá, em
Recife. No mesmo dia, o Comando Nacional dos Bancários reúne-se com
a Federação dos Bancos para a quarta rodada de
negociações.
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Protestos em São Lourenço – A caravana do
Sindicato também encontrou uma série de problemas nas agências de
São Lourenço da Mata. Já na primeira parada, no Banco do Brasil, a
intensa movimentação no autoatendimento repetia o caos encontrado
em Olinda e Camaragibe nas semanas anteriores. Pessoas se amontoavam
em uma fila interminável a espera de uma senha para poder ter acesso
à agência. Jovens, velhos, gestantes, mães com crianças de colo,
todos na mesma fila.
“Aqui é horrível, ninguém tem
direito ao atendimento preferencial. Fica todo mundo aqui nessa fila,
os sadios, doentes, os velhos, os novos. A gente tem de esperar uma
senha e, se chegar depois das 14h, você não pode mais ser atendido
pelos caixas. E se for pagamento pequeninho também não adianta ir
lá dentro, tem de usar o autoatendimento”, conta a aposentada
Maria de Lourdes Ferreira, cliente do BB.
A servidora pública,
Elizabete Lins, reconhece o esforço dos funcionários na tentativa
de atender bem, mas não poupa críticas às péssimas condições de
atendimento oferecidas pelo Banco do Brasil, inclusive no
autoatendimento. “No que diz respeito aos funcionários o
atendimento não é ruim. Mas são pouquíssimos bancários para
atender a esse quantitativo de pessoas que procuram a agência. O que
falta ao Banco do Brasil é respeito com o cliente e funcionário”,
diz Elizabete.
Depois do sufoco no autoatendimento para
conseguir a senha de acesso à agencia, o sofrimento continua no
interior da unidade. A falta funcionários, somada à sobrecarga de
serviço, compromete as condições de trabalho e a saúde dos
empregados do banco.
“Hoje o trabalhador bancário se
encontra muito atribulado, muito estressado. Inclusive eu, que nunca
tive problemas de saúde, hoje vivo uma vida muito perturbada. Tive
processo de depressão, inclusive o meu último exame periódico me
deu afastamento de sete dias por conta do estresse. Como eu sairia de
férias na semana seguinte, continuei trabalhando. Hoje o grande
problema dos bancários é a falta de condições de trabalho”,
conta o funcionário da agência BB de São Lourenço, Rivaldo
Barboza.
No Itaú, agência onde na semana passada um bancário
sofreu um ataque cardíaco, as condições não são melhores que no
Banco do Brasil. A começar pela insegurança gerada pela falta de
porta giratória. A sobrecarga de trabalho reflete no atendimento aos
clientes, que reclamam da longa espera e cobram respeito e mais
contratações.
“O banco deveria dar mais atenção aos
clientes. Aqui tem apenas três pessoas atendendo. O Itaú deveria
contratar mais funcionários e ter mais respeito com o próximo”,
comenta o empresário Ronaldo Ramos, cliente do Itaú.
Além
do BB e Itaú, a caravana do Sindicato visitou as agências do
Santander, da Caixa Econômica e do Bradesco. Em todas elas a
insatisfação com as filas, a demora no atendimento e a falta de
funcionários estão entre as principais queixas da população.
Já
entre os trabalhadores, a receptividade e as participação merecem
destaque especial. “Os bancários estão mobilizados e prontos para
o enfrentamento com os bancos. Assim, vamos sair desta Campanha
Nacional vitoriosos”, finaliza Jaqueline.