Reintegrada pela
segunda vez na sexta-feira passada, dia 26 de agosto, a bancária
Kassandra Oliveira continua esperando que o Santander cumpra a
decisão judicial. Sua ação já transitou em julgado e a sentença
saiu desde julho. Todos os prazos para recurso por parte do banco já
venceram. O banco tinha 48 horas para determinar onde Kassandra iria
trabalhar. Todas as determinações foram descumpridas.
No dia
7 de julho, ela foi reintegrada oficialmente pela primeira vez.
Disseram-lhe que aguardasse em casa que seriam dadas as coordenadas
sobre o local em que ela seria lotada. Mas, no dia seguinte, o banco
entrou com uma petição pedindo para desconsiderar a decisão. A
juíza informou que já não cabia recursos e mandou que fosse
efetuada nova reintegração, o que aconteceu na sexta passada. No
entanto, na véspera de vencer o prazo de 48 horas determinado pela
Justiça, o banco entregou nova petição, que voltou a ser
taxativamente desconsiderada pela juíza.
Agora, o Santander
terá que pagar uma multa de 20% sobre o valor da execução. O
advogado de Kassandra, Murilo Cordeiro, está pedindo ainda a prisão
do representante da empresa por descumprimento judicial. “As
informações que tenho são de que o banco está, inclusive,
precisando de trabalhadores. Em nossa opinião, esta insistência em
descumprir a decisão judicial constitui uma perseguição à
bancária e dá continuidade ao processo de assédio moral do qual
ela foi vítima”, afirma o advogado.
Além das doenças
ocupacionais que lhe garantiram o direito a reintegração, Kassandra
viveu dois anos de perseguições na agência de Moreno.
Cotidianamente, seu supervisor recorria a palavrões, xingamentos,
humilhações e constrangimentos para se dirigir a ela. Também se
recusava a passar serviço para a trabalhadora. “Ele me chamava de
burra e me falava palavrões na frente dos clientes. Uma delas acabou
sendo minha testemunha na Justiça porque presenciou uma destas
humilhações”, conta a bancária.
Kassandra recorreu ao
gerente, que desconversou, prometeu resolver o problema, mas nada foi
feito. Também tentou a transferência para outra unidade, sem
sucesso. Apelou então para a Superintendência, que mandou chamar o
assediador. No entanto, ele não apenas desmentiu os fatos como
inverteu o problema e colocou toda equipe contra ela. Resultado: a
bancária foi demitida em 2008. A sentença judicial não apenas
devolve o emprego a Kassandra, como garante a indenização por danos
morais.