O comércio quer mudar a forma como
são taxadas as operações com cartão de débito. De acordo com o
presidente da CDNL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas),
Roque Pellizzaro, a ideia é que os lojistas, que hoje pagam às
credenciadoras um percentual sobre cada venda, tenham que repassar
apenas uma tarifa fixa por operação.
“O custo da
transação eletrônica é o mesmo em todas as operações. Quando
você emite um cheque, por exemplo, não paga diferentes taxas por
ele de acordo com o valor de cada folha”, afirmou Pellizzaro
durante o C4 (Congresso de Cartões e Crédito ao Consumidor), em São
Paulo.
Ele afirmou que o varejo tem o apoio do Banco Central
em medidas que aumentem a concorrência no setor de cartões e que o
setor já está em discussões com o Congresso para alterar o tipo de
cobrança. “A indústria precisa mudar, fazer isso sozinha, ou
isso vai virar lei”, disse.
A intenção é conseguir
que o Congresso aprove a classificação das credenciadoras de cartão
como instituições financeiras, o que permitiria sua regulação
pelo Banco Central e, consequentemente, a mudança nas tarifas.
O
presidente da Cielo, Rômulo Dias, rebateu o pedido, afirmando que “o
lojista não é obrigado a utilizar o débito”.
“O
débito veio substituir o dinheiro e o cheque para trazer mais
segurança, menos custo. Se tivesse uma desvantagem em relação ao
que era anteriormente, o débito não seria utilizado”, afirmou.
“Para nós, o sistema está adequado em função dos benefícios
que ele traz para o lojista.”
Preferido – De
acordo com uma pesquisa divulgada nesta quarta pela Visa, o cartão
de débito já superou o dinheiro como forma de pagamento preferida
dos consumidores paulistanos nas compras entre R$ 51 e R$ 500.
O
estudo, realizado para conhecer o perfil e os hábitos dos usuários
de cartão de débito no País, mostra que 79% população
bancarizada de São Paulo possui apenas um cartão de débito, e 67%
deles utilizam-no pelo menos uma vez por semana.