Bancários querem direito a tratamento de saúde no BB sem descomissionamento

Uma
das principais reivindicações específicas do funcionalismo do
Banco do Brasil na Campanha Nacional dos Bancários deste ano é o
direito humano ao tratamento de saúde sem a perda da função
comissionada e, consequentemente, a manutenção da remuneração
após o retorno do afastamento por qualquer tipo de necessidade
médica, seja por doença ou por acidente de trabalho.

Segundo
William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e
funcionário do banco, pelas regras atuais de “irresponsabilidade
social” do Banco do Brasil, um funcionário comissionado não se
arrisca a seguir as recomendações de saúde da própria Caixa de
Assistência dos funcionários do banco (Cassi) em relação aos
exames de rotina e preventivos, recomendados também pelas agências
de saúde.

“Caso
o funcionário descubra alguma doença e por essa razão seja preciso
que se licencie para o tratamento, perderá a função comissionada
que, na grande maioria dos casos, equivale a mais da metade da
remuneração, podendo atingir até cerca de 80%, a partir das
funções de gerência média”, explica William.

Ele
lembra que as questões que envolvem a saúde dos funcionários ainda
são agravadas pela pressão para o cumprimento de metas abusivas e o
assédio moral institucionalizado, que permite aos gestores ameaçarem
e descomissionarem os trabalhadores por motivos fúteis e subjetivos.

“Sindicatos
da categoria bancária em todo país tomaram conhecimento de diversos
casos envolvendo os funcionários do BB no último ano, inclusive de
falecimentos. Os trabalhadores morreram de infarto dentro do local de
trabalho e outros faleceram após o descomissionamento. A consulta
nacional realizada em todo país apontou um alto índice de uso de
remédio tarja preta pelos bancários”, diz William.

Precisa
mudar –
Acompanhem abaixo o que diz a direção
do BB em sua “Visão de Futuro”:

“Sermos o primeiro banco dos brasileiros, das
empresas e do setor público, referência no exterior, o melhor banco
para trabalhar, reconhecido pelo desempenho, relacionamentos
duradouros e responsabilidade socioambiental.”

“A
verdade é que os funcionários do BB exercem suas atividades mesmo
doentes. Não se arriscam a buscar um tratamento porque após 90 dias
de afastamento perdem a vaga em sua dependência e ao fim da licença
têm suas carreiras interrompidas pelo banco como se fossem eles os
culpados pelo adoecimento”, sustenta William.

Os
bancários cobram que nenhum funcionário seja destituído de sua
função ao licenciar-se para a realização de determinado
tratamento. Também exigem que recebam todos os direitos durante o
afastamento. Outra reivindicação é que ao retornar da licença a
carreira prossiga do mesmo modo anterior ao problema de saúde. “O
BB tem totais condições para atender e respeitar estas
reivindicações que são de direito humano dos funcionários”,
diz William.

Cláusula
14
– A cláusula específica do BB que trata
deste direito, diz: da manutenção do salário e benefícios e da
complementação do auxílio-doença previdenciário e auxílio-doença
acidentário.

Em
caso de concessão de auxílio-doença previdenciário ou de
auxílio-doença acidentário pela Previdência Social, fica
assegurada ao funcionário, inclusive aos egressos de bancos
incorporados, aderentes ou não ao regulamento do banco, doravante
denominados apenas funcionários, complementação salarial em valor
equivalente à diferença entre a importância recebida do INSS e a
remuneração total recebida pelo trabalhador, como salários,
comissões, gratificações, adicionais, PLR, como se na ativa
estivesse, até a cessação do auxílio doença.

No
parágrafo 7º consta: será garantida a irredutibilidade do salário
para os trabalhadores que voltarem ao trabalho após o afastamento
por motivo de saúde.

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