CUT protesta nesta terça em frente ao BC em São Paulo pela queda dos juros

Nesta terça-feira (30), às 12h, a CUT faz um ato público em frente ao
edifício do Banco Central, em São Paulo (Av. Paulista, 1804), para
reivindicar a redução das taxas de juros e ampliação dos investimentos
empolíticas públicas e programas sociais.

O Sindicato dos Bancários de Pernambuco participa do ato, com a presidenta Jaqueline Mello.

O governo anunciou nesta segunda (29) que vai aumentar a meta do
superávit primário – economia que o governo faz para pagar os juros da
dívida – para conter os efeitos da crise econômica mundial e permitir a
redução dos juros. Para o governo, as medidas de aperto fiscal ajudam o
Banco Central a iniciar mais rapidamente a redução da taxa básica de
juros.

Para o presidente da CUT, Artur Henrique, “essa decisão vai contra a
visão da CUT de que é preciso fortalecer o mercado interno e manter as
políticas públicas e sociais”. Durante a reunião, Artur deixou claro que
a Central não concorda com o aumento do superávit e alertou que a
manutenção das políticas públicas e sociais depende fundamentalmente do
papel do Estado.

“A presidenta acha que as medidas criam as condições para diminuir as
taxas de juros e nós achamos que se não houver mobilização da sociedade,
a taxa não cai”, disse Artur.

Por isso, a CUT vai realizar este ato amanhã com o objetivo de
pressionar o Copom a baixar a taxa. Segundo Artur, “o que sangra o
Brasil é essa taxa de juro criminosa; é o dinheiro que sai do nosso
orçamento e vai direto para o bolso dos especuladores. O que o país
precisa é de uma redução drástica da taxa de juros”.

O Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central, grupo que
define as diretrizes da política monetária e a taxa básica de juros do
País, se reúne nestas terça e quarta-feiras para decidir a nova taxa de
juros – atualmente, a taxa Selic é de 12,50% ao ano.

A Selic é a taxa de juro que o governo paga para rolar a sua própria
dívida. Quando a Selic está alta, ganha quem tem título público, ou
seja, o mercado financeiro que tem títulos da dívida. Os banqueiros são
os grandes credores do Estado.

Quando o juro sobe, fica mais atrativo comprar título público. E, como
poucos investimentos rendem mais do que a Selic, nenhum banco empresta
para o setor privado, prejudicando ainda mais os investimentos no País.
Indiretamente, a alta da Selic desincentiva o aumento da produção, a
contratação de mão de obra e também produz o aumento do custo do
crédito, principalmente, do crédito para o setor produtivo.

Já o aumento do superávit primário reduz os investimentos do governo, o
que significa minimizar as verbas para políticas públicas e diminuir a
presença do Estado como indutor do desenvolvimento econômico e social.

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