Sem-terra, estudantes e sindicalistas vão às ruas cobrar governo

Milhares
de manifestantes foram às ruas em Brasília e em outros estados
reivindicar a volta da reforma agrária e o aumento do investimento
em educação. Eles também reclamam que os empresários estariam
sendo mais bem tratados na gestão Dilma Rousseff. Pauta foi entregue
a autoridades dos três poderes, que prometem respostas até o fim da
semana.

A luta por reforma agrária e mais verbas para a
educação unificou uma série de movimentos sociais nesta
quarta-feira (24/8) e levou milhares de camponeses, estudantes e
sindicalistas às ruas de Brasília. Segundo os organizadores, de 15
mil a 20 mil pessoas foram à Esplanada dos Ministérios protestar
contra o que consideram descaso do governo. Nas contas da Polícia
Militar, eram 5 mil.

No resto do país, a Via Campesina, um
dos promotores das manifestações, calcula ter mobilizado 60 mil
pessoas.

“Quando se trata das dificuldades enfrentadas pelos
grandes banqueiros e empresários, a resposta do governo é muito
rápida, como no caso da recente e vergonhosa isenção de impostos
para o setor industrial”, reclamou um dos coordenadores da Via
Campesina e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Joceli
Andreoli.

“Nós, trabalhadores, estamos nas ruas, fazendo a
nossa parte. Esperamos que o governo também faça a dele, sem
utilizar a velha desculpa da correlação de forças desfavorável”,
completou.

A Jornada Nacional de Lutas teve início
segunda-feira (22/08), quando três mil famílias de sem-terra
começaram a acampar em Brasília. E encorpou nesta quarta-feira, com
a chegada de caravanas de estudantes e de centrais sindicais à
capital federal.

Os manifestantes entregaram a pauta unificada
das 15 entidades que organizam o ato ao secretário-geral da
Presidência, Gilberto Carvalho, ao presidente da Câmara, deputado
Marco Maia (PT-RS), e ao vice-presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Carlos Ayres Brito. O objetivo era garantir que tudo fosse
conhecido pelos três poderes.

Carvalho se comprometeu a
realizar novas reuniões até o fim da semana, para dar respostas.
Marco Maia prometeu interceder pelos manifestantes junto à
presidenta Dilma Rousseff.

Pauta unificada, pautas
específicas –
As duas principais bandeiras da Jornada são
reforma agrária e mais dinheiro para a educação, mas há uma ampla
lista de pedidos, porque são muitas entidades diferentes
mobilizadas. Há reivindicação por redução da jornada de trabalho
para 40 horas semanais, aumento para funcionários públicos,
mudanças na política econômica e fim do fator previdenciário, por
exemplo.

Após o fim do ato unificado, as entidades foram
brigar por suas pautas específicas. Integrantes do Movimento dos
Trabalhadores Sem-Teto (MTST) foram para a porta dos ministérios das
Cidades e dos Esportes, protestar contra despejos que vêm ocorrendo
devido às obras da Copa do Mundo e da Olimpíada.

Sem-terra
ligados à Via Campesina protestaram em frente ao Ministério das
Minas e Energia, para pedir o fim de grandes obras no campo, a
manutenção do caráter estatal das empresas de energia e a garantia
de que os recursos provenientes do Pré-sal beneficiem toda a
população brasileira.

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