A
cláusula 42 do acordo específico em vigor do Banco do Brasil, que
limita os descomissionamentos, foi uma importante conquista da
Campanha Nacional dos Bancários em 2010 e fruto de forte greve geral
da categoria e de uma melhora na participação dos funcionários
comissionados do BB. Os bancários do BB querem na campanha deste ano
melhorar a redação dessa cláusula.
O objetivo da
reivindicação sobre a trava contra descomissionamento, que virou
conquista após a greve, é o de impedir ou dificultar a perda de
função dos funcionários por motivos fúteis e sem justificativas
plausíveis por parte do BB e de seus gestores.
“Nós do
movimento sindical entendemos que nenhum trabalhador pode perder sua
função e ter redução em sua remuneração. O banco, porém,
através de uma gestão voltada somente ao mercado e baseada na
violência organizacional e nas metas abusivas, vinha
descomissionando pessoas sem nenhum critério profissional”,
critica William Mendes, secretário de Formação da
Contraf-CUT.
Primeiro vinham as ameaças por não cumprir
metas, não “colaborar” com a empresa (fazer horas extras
gratuitas, por exemplo), por participação nas mobilizações por
conquistas de novos direitos a todos etc. Depois os gestores da
dependência tiravam a comissão a qualquer momento. Às vezes, até
para abrir vagas para colegas ou conhecidos de outras agências.
Após
a conquista do direito em 2010, outras formas de descomissionamento
surgiram como as reestruturações do BB 2.0 ou por “conduta
incompatível com o cargo”. Nesta última, inclusive, cabe
qualquer coisa para retirar a função de um bancário do BB e
prejudicar uma carreira em andamento.
“Nosso objetivo em
2011 é melhorar a redação da cláusula, recuperando o texto
original proposto e incluindo um parágrafo para coibir esse
subterfúgio criado pelo BB em relação à conduta. Também
queremos incluir na cláusula todos os funcionários, inclusive os
primeiros gestores que o banco exigiu que ficassem fora da regra”,
explica William.