Gestantes do Santander optam pela licença maternidade de 180 dias

Quase a totalidade das bancárias gestantes do
Santander aderiu à licença-maternidade de seis meses, conquistada
após 15 dias de greve da categoria na Campanha Nacional de 2009. A
informação foi divulgada durante a reunião do Fórum de Saúde e
Condições de Trabalho, realizada na última sexta-feira, dia 12, em
São Paulo.

“Esses números comprovam, na prática, a
importância dessa conquista, principalmente, das mulheres bancárias.
E isso só foi possível com intensa mobilização”, lembra o
diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Marcelo Gonçalves,
destacando, no entanto, que causa curiosidade que 7% das gestantes
tenham optado apenas pelo período de quatro meses.

“Na
próxima reunião vamos questionar o RH para saber o que ocorreu
nesses casos. Também já solicitamos os números sobre adesão à
cláusula que trata do horário para amamentação e que permite dez
dias de licença para a mãe ou ao pai. O objetivo é acompanhar a
utilização destes direitos e aprimorá-los, focando na divulgação
dessa conquista”.

Apresentação de programas – O
banco fez uma exposição sobre o PAPE (Programa de Apoio Pessoal
Especializado), oferecido pela instituição. O programa recebeu 3,5
mil ligações, solicitando atendimento em diversas áreas, como
jurídica, assistência social, nutrição, apoio psicológico entre
outros.

A área de recursos humanos expôs também os
programas de gestantes, da sala de aleitamento materno, do blog de
saúde e do programa antitabagismo. Todos estão disponíveis na
intranet e serão detalhados na ata a ser publicada.

“Avaliamos
positivamente estes programas implementados pela empresa. Mas
ressaltamos a reivindicação da participação dos trabalhadores nas
suas elaborações. O movimento sindical quer interagir através de
ideias, críticas e com acesso a mais dados e informações, visando
contribuir para o seu aprimoramento e garantindo uma ampla
divulgação”, destacou o diretor da Fetec/CUT-SP, Roberto
Paulino.

Direitos, não liberalidades – Na reunião,
que durou quatro horas, o momento mais tenso foi a discussão sobre
informações e restrições impostas à Ajuda Social Extraordinária,
que oferecia subsídio a despesas para tratamentos médicos não
cobertos pelo convênio e psicoterapias, e que o banco tem
dificultado o acesso. Quem realiza tratamentos há algum tempo pode
ter de interrompê-lo bruscamente, devido à redução dos
reembolsos.

“O banco tem asfixiado essa ajuda social,
colocando limites no valor do reembolso das consultas dos tratamentos
e terapias, sem diálogo sobre a mudança da política. Esse é o
risco por ser uma liberalidade da empresa. Ela a muda
unilateralmente, sem negociação com os funcionários”, critica
Paulino. “Por isso é importante que essas ações deixem de ser liberalidade e se tornem direitos dos trabalhadores. Esse é o
nosso objetivo e a nossa luta.”

Reembolso para
academia –
Também foi apresentado o programa Academia de
Ginástica. Os dirigentes sindicais manifestaram, mais uma vez, apoio
à iniciativa, mas questionaram os valores de reembolso (50% da
mensalidade, limitados a R$ 60 por mês) que estão defasados há
mais de três anos. A luta aqui também é para transformar esta
outra liberalidade em direito, e que o reembolso da academia passe a
integrar o contrato coletivo de trabalho no Santander.

Também
foram discutidos os procedimentos para os exames periódicos e
demissionais. No periódico foi consenso que o médico do trabalho
irá sempre incluir no prontuário o relato do funcionário sobre
suas dores e sintomas. Também será fornecido um receituário ao
trabalhador que indique suas limitações, para que seu gestor tenha
conhecimento.

Na realização do exame demissional, os
sindicalistas questionaram a postura de médicos e clínicas
credenciadas. “Há muitos relatos em que profissionais
contratados pelo banco desconsideram o histórico clínico do
funcionário, suas limitações e sintomas e a opinião do médico
assistente, não ouvindo nem examinando o trabalhador”, afirma a
diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Vera Marchioni.
“Esses médicos contratados não têm autonomia para fazer
exames demissionais. Estão contratados apenas para dar apto e isto
é o que precisa mudar”, conclui.

Convênio Saúde –
Os dirigentes sindicais cobraram a abertura de opção na
intranet para alteração da cobertura ou tipo de plano. O banco
garantiu que essa opção estará disponível ainda neste segundo
semestre.

Cipeiros – Sobre a convocação dos cipeiros,
os dirigentes sindicais reiteraram que o banco cumpra o que diz a
cláusula 26ª do aditivo. Pela terceira vez o banco não garantiu a
participação de um cipeiro por CIPA.

Para a próxima reunião
estão previstas a continuidade da apresentação sobre os programas
e as políticas de saúde do banco, discussões sobre temas como
acesso às informações sobre afastados e adoecidos, os relatórios
consolidados do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e
Programa Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), entre outras
informações.

“É preciso que essas reuniões tenham
resultados concretos. Para isso, o trabalhador também deve
participar, cobrando mudanças reais nas condições de trabalho”,
reforçou Marcelo.

O Fórum de Saúde deverá acontecer junto
com a entrega ao banco da pauta de reivindicações específicas para
a renovação do acordo aditivo do Santander à convenção coletiva
dos bancários.

Garantido no aditivo do Santander, o Fórum de
Saúde é composto por dirigentes sindicais, cipeiros eleitos e
representantes do banco.

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