Marcha das Margaridas pressiona e governo atende reivindicações

Mais de 100 mil
trabalhadoras do Norte ao Sul do país tomaram as ruas de Brasília
nesta quarta-feira, dia 17, e realizaram a 4ª edição da Marcha das
Margaridas. Ao final da manifestação, as trabalhadoras se reuniram
com a presidenta Dilma Roussef, que se comprometeu a manter o diálogo
com os movimentos sociais e anunciou recursos para atender parte das
demandas apresentadas pela Marcha.

De acordo com a presidenta
do Sindicato, Jaqueline Mello, que participou da Marcha com uma
comitiva de bancárias de Pernambuco, a manifestação foi um
sucesso. “A Marcha das Margaridas já virou tradição. Conseguimos
mobilizar mais de 100 mil trabalhadoras e garantimos que o governo
federal atendesse parte da lista de 158 reivindicações apresentadas
pelas trabalhadoras”, comentou Jaqueline, lembrando que a Marcha
das Margaridas já é a maior manifestação de mulheres da América
Latina.

Além de Jaqueline, participaram da Marcha a
secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues; a
secretária da Mulher, Sandra Trajano; a secretária de Formação, Tereza Souza; o secretário de Bancos
Privados, Geraldo Times; e a diretora Eleonora Costa.

Avanços
Com um chapéu de palha enfeitado com um laço colorido, a
presidenta Dilma participou do encerramento da manifestação. “Quero
intensificar o diálogo do governo com vocês. Tenho certeza que esse
diálogo é fundamental. Saibam que as críticas e as sugestões são
essenciais, bem-vindas e necessárias”, discursou a presidenta, que
garantiu: “Estarei sempre aberta ao diálogo e podem ter certeza
que vocês têm uma presidenta margarida”.

A pauta de
reivindicações do movimento já vinha sendo negociada com o
governo. Dilma anunciou uma série de medidas que pretende lançar
até o final de 2012. Entre elas, a implantação de 16 unidades
fluviais de atendimento básico de saúde na Região Norte, que terão
um custo estimado de R$ 35 milhões. Além disso, o governo vai
instalar dez centros de saúde do trabalhador, que custarão mais de
R$ 4 milhões ao ano, e liberar recursos para criação de dez
unidades móveis de atendimento para mulheres em situação de
emergência em áreas rurais e em florestas.

A presidenta
também reafirmou o compromisso do governo em oferecer condições
para que a Lei Maria da Penha seja cumprida também na área rural.
“Quero reiterar o compromisso do meu governo, e o meu em
particular, com o enfrentamento da violência contra as
mulheres”.

Dilma informou ainda que pediu ao ministro da
Educação, Fernando Haddad, para elaborar um programa específico de
educação para a área rural. Outra medida anunciada pela presidenta
foi a de criação de um grupo de trabalho para definir critérios
para a implantação de creches no campo.

Ainda de acordo com
a presidenta, o governo vai ampliar o percentual de produtos da
agricultura familiar na merenda escolar. Ela também anunciou que o
crédito de apoio à mulher – linha de financiamento sob
responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Agrário – passou
de R$ 2,4 mil para R$ 3 mil.

A ministra da Secretaria de
Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, também participou do
encerramento da manifestação. “Nem sempre a gente consegue chegar
a todos os resultados como gostaríamos, mas a presença da
presidenta Dilma aqui significa que essa pauta seguirá até que
possamos vencê-la, ponto a ponto”.

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