Bancários, vigilantes,
políticos e sindicalistas de diversas categorias participaram nesta
terça-feira, dia 16, do 1º Fórum Pernambucano Sobre Segurança
Bancária, promovido pelo Sindicato. O ineditismo da iniciativa e a
importância do tema atraíram para o Sindicato a atenção da grande
imprensa, que acompanhou os trabalhos desde as primeiras horas da
manhã. Os debates contaram com a participação de diferentes
representantes da sociedade civil.
O delegado Antônio
Barros, do Depatri (Departamento de Repressão aos Crimes Contra o
Patrimônio, da Polícia Civil de Pernambuco), falou sobre as formas
de atuação dos bandidos e fez um apanhado das ações desenvolvidas
pelo Estado para diminuir o número de investidas criminosas contra
estabelecimentos bancários. O delegado não poupou críticas à
postura dos bancos, que são negligentes com a instalação de
equipamentos de segurança nas agências, principalmente no que diz
respeito às câmeras.
“Uma imagem vale mais do que mil
testemunhas. O registro visual corresponde a mais da metade da
investigação. E não é só na fase policial que sua utilização é
importante, ela também ajuda a Justiça na condenação dos
envolvidos nos assaltos”, explicou o delegado. Ele disse ainda que
não acredita que os bancos mudem de postura quanto à segurança por
vontade própria. “É preciso ter leis que os obriguem a investir
em segurança”, afirmou.
As leis – O segundo painel
tratou justamente das legislações recentemente aprovadas em
Pernambuco para garantir mais segurança aos usuários e aos
bancários. Os vereadores da cidade do Recife, Josenildo Sinézio e
Maré Malta, falaram das leis de suas autorias que tratam,
respectivamente, da ampliação do número de equipamentos exigidos
para segurança nas agências e da obrigatoriedade da instalação de
dispositivos que dificultem os furtos em caixas eletrônicos.
Já
o procurador da Vara de Direitos do Consumidor do Ministério Público
Estadual, Ricardo Van Der Linden, elogiou a criação das novas leis
de segurança no Recife e disse que elas facilitam o trabalho da
promotoria. “Com essas leis em vigência nós (MP) vamos entrar com
toda força para obrigar os bancos a cumprirem o que elas
estabelecem”, garantiu o procurador.
Van Der Linden também
falou sobre a necessidade de garantir o cumprimento do que determina
a lei e sobre os subterfúgios jurídicos utilizados pelos bancos
para não se enquadrarem às novas legislações municipais. Mas o
procurador se mostrou disposto a comprar essa briga. “Já estamos
notificando os bancos para que digam se estão cumprindo as leis de
segurança. Se for o caso, não terei nenhuma dificuldade para
interditar a agência que não cumprir”, garantiu o representante
do MP.
Nova tecnologia – Outro destaque dessa
primeira parte do fórum ficou por conta da demonstração de um
equipamento que incinera as cédulas ao invés de manchá-las de
tinta, em casos de tentativa de explosão em caixas eletrônicos.
O
representante a empresa criadora do mecanismo, Paulo Coelho, exibiu
um vídeo relatando experiências exitosas com o equipamento
instalado nas instituições financeiras da Bélgica e que reduziram
a zero o número de assaltos a bancos, caixas eletrônicos e carros
fortes.