Dilma reconhece afastamento de sindicalistas e tenta se reaproximar

A presidenta Dilma
Rousseff reconheceu que tem se afastado das centrais sindicais,
movimento explicitado com o boicote delas ao lançamento de medidas
em defesa da indústria, e decidiu fazer um gesto de reaproximação.
Nesta quinta-feira (04/08), resolveu encontrar dirigentes das
centrais que estavam reunidos com o chefe da Secretaria Geral da
Presidência, ministro Gilberto Carvalho, discutindo exatamente o
pacote.

A presença de Dilma na reunião não estava
originalmente prevista, mas foi combinada por ela com o ministro.
Carvalho, segundo Carta Maior apurou, aproveitou a conversa
que Dilma tem toda manhã com os ministros mais próximos sobre
assuntos importantes do dia, para negociar a ida dela à reunião.
Principal interlocutor do Planalto com os movimentos sociais,
Carvalho sabia que o mau humor das centrais com Dilma estava
crescendo.

Na última segunda-feira (01/08), Carvalho e os
ministros Guido Mantega (Fazenda), Fernando Pimentel
(Desenvolvimento), Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) e
Garibaldi Alves (Previdência) haviam se reunido com as centrais para
apresentar o pacote que seria anunciado no dia seguinte.

A
conversa desandou, no entanto, quando o governo informou que adotaria
medida ainda pendente de acordo com as entidades (a desenoração da
folha de salário das empresas). Neste momento, os sindicalistas
decidiram boicotar o evento para botar para fora um descontentamento
maior: a pouca atenção que eles acham que Dilma e seus ministros
dispensam aos movimentos sociais.

Segundo o presidente da
Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva
Santos, por exemplo, os movimentos não querem sentar com o governo
apenas para ouvir, também querem falar – e, com isso, ter a chance
de influenciar o rumo das decisões do governo, que estaria dando
mais importância ao diálogo com o empresariado.

Na reunião
desta quinta-feira (04/08), que durou em torno de 2h30, com presença
de Dilma por cerca de 30 minutos, os ministros disseram aos
sindicalistas que o pacote foi anunciado, mas que ainda há uma série
de questões específicas para definir. E que isso será feito de
forma negociada inclusive com as centrais.

Num gesto adicional
de boa vontade, Guido Mantega, de acordo com o relato de um
participante da reunião, teria aceitado estudar uma ideia nova
lançada na reunião, pela CUT, de isentar de cobrança de imposto de
renda o que os trabalhadores ganham de participação nos lucros das
empresas.

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