Enquanto o sistema financeiro continua gerando empregos, embora bem
abaixo do restante da economia brasileira, o Itaú e o Santander fecharam
3.335 postos de trabalho no segundo trimestre deste ano, segundo a
Subseção do Dieese da Contraf-CUT. A informação consta nos balanços
semestrais publicados nos últimos dias. O Itaú cortou 2.290 empregos e o
Santander, 1.045.
“Estamos com razões de sobra para cobrar emprego decente dos bancos,
principalmente do Itaú e do Santander, porque é injustificável esse
corte de postos de trabalho, no momento em que o Brasil vai crescendo e
criando novas vagas”, afirma o funcionário do Itaú e presidente da
Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. “Além disso, os dois bancos lucraram
juntos mais de R$ 11 bilhões no primeiro semestre, o que revela a falta
de compromisso com o Brasil e os brasileiros”, aponta.
O dirigente sindical destaca que o emprego decente será o tema central
da Campanha Nacional dos Bancários de 2011. A pauta de reivindicações
será entregue na próxima sexta-feira, dia 12, para a Fenaban.
Itaú – Apesar de ganhar o prêmio de banco mais sustentável do mundo, conferido
pelo jornal britânico Financial Times, o Itaú encerrou o mês de junho
com 107.546 trabalhadores. Isso significa uma redução de 2.290 empregos
em relação aos 109.836 que a instituição tinha no mês de março. “O banco
não devia ter recebido tal condecoração, uma vez que ao reduzir postos
de trabalho fragilizou a principal sustentabilidade de uma empresa, que
são os seus funcionários”, destaca Carlos Cordeiro.
No primeiro semestre, o Itaú lucrou R$ 7,133 bilhões, um crescimento de
11,5% em comparação ao mesmo período de 2010. O banco devia ter seguido
no caminho da geração de empregos, como vinha ocorrendo nos trimestres
anteriores.
“Esse corte inaceitável, somada à política de rotatividade que praticou
no mesmo período e às precárias condições de trabalho, confirma
totalmente as denúncias das entidades sindicais, que tomaram as ruas nas
últimas semanas em todo país e protestaram contra cerca de 4 mil
demissões, cobrando emprego decente, respeito, saúde e dignidade”,
salienta o presidente da Contraf-CUT.
Santander – O banco espanhol fechou o mês de junho com 53.361 trabalhadores. Isso
representa uma redução de 1.045 postos de trabalho diante dos 54.375 que
o Santander tinha no mês de março.
No primeiro semestre, o Santander Brasil obteve lucro foi de R$ 4,154
bilhões, um crescimento de 17,7% frente ao mesmo período de 2010. Isso
significa que o banco no Brasil passou a responder por 25% do resultado
mundial do grupo, superando a participação de 13% da matriz na Espanha.
“Essa perda de empregos é também inaceitável e revela o desrespeito ao
empenho e à dedicação dos trabalhadores, submetidos à pressão no
trabalho com metas abusivas e assédio moral, além de falta de pessoal na
rede de agências”, aponta o funcionário do Santander e secretário de
imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. “Queremos que o Santander
respeite o Brasil e os brasileiros”, conclui.