O setor de serviços foi o carro chefe da geração de empregos durante o
primeiro semestre. O Ministério do Trabalho e Emprego contabilizou 564
mil novos empregos nesse grupo, dos 1,41 milhão criados durante o
governo da presidenta Dilma Rousseff. Os dados são do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged) do mês de junho.
Justamente seu subgrupo mais rico, as instituições financeiras, com
ganhos líquidos (somando apenas os cinco maiores bancos) no primeiro
trimestre de R$ 12 bilhões, devolveram à sociedade apenas 16 mil novos
postos de trabalho.
Ou seja, enquanto os outros cinco subgrupos que compõem o setor
(comércio e administração de imóveis, transportes e comunicações,
serviços médicos e odontológicos, ensino e serviços de alojamento,
alimentação, reposição e manutenção) geraram 547.857, correspondente a
97% do total do setor, os bancos surfaram na boa onda econômica
colaborando com a geração de 3% dos empregos.
“Os bancos têm obtido resultados excepcionais ano após ano, mas não
transformam isso em ganhos sociais, em uma consistente geração de
empregos. Pelo contrário, a precarização e terceirização do trabalho
estão entre as reclamações da categoria”, observa a presidenta do
Sindicato, Juvandia Moreira.
Ela avalia que os bancários estão cada vez mais sobrecarregados. “Isso
ficou evidente nos resultados da consulta para Campanha Nacional
Unificada, onde os trabalhadores exigiram, entre outros pontos, o
combate ao assédio moral e a garantia de empregos.”
Geração de empregos – O resultado do semestre é o terceiro melhor para o período na série de
saldos semestrais, superado apenas pelos registrados em 2010, quando
foram gerados 1.634.357 postos de trabalho e 2008, com 1.445.734. O
crescimento no período de janeiro a junho, em relação ao estoque de
dezembro de 2010, foi de 3,94%.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, acredita que o segundo semestre
trará resultados mais expressivos na geração de novos empregos. “Ao
contrário do que a maioria espera para o segundo semestre desse ano, eu
como otimista que sou, acho que vai ser melhor que o primeiro.
Muitos processos vão deslanchar. Hoje eu vejo muita substituição de
investimento, que está mais restrito ao capital nacional, pelo
investimento do capital internacional. Muitas multinacionais investindo
no Brasil, muitas empresas apostando numa lucratividade maior nas suas
filiais brasileiras, muitas empresas crescendo. Por causa desses motivos
acredito em um crescimento melhor no segundo semestre”, enfatizou.