Como se não bastassem a confiança abalada após
as fraudes do PanAmericano, a dificuldade para captar recursos e as
medidas do governo para frear a concessão de empréstimos, bancos
pequenos e médios terão de se adaptar a uma realidade ainda mais
dura daqui para frente.
Uma nova regra do CMN (Conselho
Monetário Nacional) que entrará em vigor em janeiro de 2012 afetará
um dos principais instrumentos para essas instituições conseguirem
dinheiro para suas operações: a venda dos créditos
concedidos.
Além disso, a partir do ano que vem o FGC (Fundo
Garantidor de Crédito), grande salvador desses bancos após a crise
de crédito de 2008, reduzirá sua atuação como avalista de
depósitos especiais nessas instituições.
A preocupação
com o futuro está fazendo com que, por um lado, os bancos saiam à
caça de parceiros para continuar operando. Do outro, cresce a
pressão para o governo amenizar as regras.
Segundo a Folha
apurou, o Banco Central analisa se será necessário implementar de
forma gradual a nova regra, que foi aprovada em 2008 pelo CMN e vinha
sendo postergada. A norma muda a forma como os bancos registram na
contabilidade as operações de venda das carteiras.
Se em
vigor a partir de janeiro, bancos não poderão mais usar, de uma
vez, a receita obtida com a venda dos créditos para engordar lucro e
patrimônio e, com isso, emprestar mais. O impacto será diluído ao
longo do vencimento de contratos vendidos.
“Realmente é
[uma pancada]”, admite Antonio Carlos Bueno, diretor-executivo
do FGC. No entanto, ele argumenta que é uma adaptação às regras
internacionais.