As principais bandeiras
de luta do Movimento Sindical pautaram um dos painéis do Seminário
Internacional intercâmbio da ação política e formativa do
movimento sindical do Brasil, Espanha e Itália, realizado no Hotel
Samburá, em Olinda. Com mais de 40 dirigentes sindicais da CUT
Nacional e do Nordeste, além da UGT-Valenciana da Espanha e CISL –
Emilia Romagna da Itália, o encontro terminou no sábado passado
(16), com debates e mesa política de encerramento.
Informações,
troca de experiências e conhecimentos marcaram o encontro que durou
três dias na cidade de Olinda. O secretário nacional de Formação
da CUT, José Celestino Lourenço (Tino), o coordenador-geral da
Escola Sindical da CUT no Nordeste, Admirson Medeiros (Greg) e os
representantes da UGT Valenciana Esther Ortega e da CISL – Emilia
Romagna, Gianni Pedrazzini, enfatizaram que, a solidariedade
internacional dos trabalhadores foi fundamental para o fortalecimento
do novo sindicalismo que fundou a CUT no Brasil, em 1983.
Tino
destacou em sua intervenção que neste novo contexto marcado por uma
profunda crise política, econômica, social e ambiental, faz com que
a retomada da cooperação entre CUT, CISL e UGT, mediado pela ISCOD,
possibilite não apenas o desenvolvimento do projeto Escola Móvel,
visando potencializar o diálogo com a sociedade no sentido de
aprofundar a relação do movimento sindical com as lutas pela
organização e desenvolvimento sustentável das comunidades
nordestinas. “Precisamos criar novas condições para o intercâmbio
sobre temas estratégicos para os trabalhadores do Brasil, da Itália
e da Espanha,” acentuou.
A grave crise pela qual passa a
Espanha, impondo um conjunto de desafios para o sindicalismo, visando
defender os direitos dos trabalhadores, foi assinalada por Esther
Ortega. “A UGT contou com a solidariedade do movimento sindical
internacional no enfrentamento da ditadura fascista de Franco no
passado, e neste momento faz necessário resgatar o caráter
internacionalista da classe trabalhadora”, disse. Segundo ela,
fortalecer a luta contra a estratégia de acumulação capitalista
neste momento de crise é fundamental para avançarmos na construção
de um projeto de desenvolvimento sustentável sob a ótica dos
trabalhadores.
Na opinião de Gianni Pedrazzini da CISL da
Emilia Romagna, a relação com a CUT é anterior a criação da
própria CUT, tendo se iniciado no final dos anos 70 quando a FIAT de
Betim/MG começou um processo de demissão e perseguição da classe
trabalhadora. Comentou ainda, “que esta relação de cooperação
sempre teve como foco principal a formação sindical, o que
proporcionou a construção da Escola 7 de Outubro em Belo”. Para
ele, “não há duvida que o projeto da Escola Móvel, é um novo
instrumento no processo de inovação da ação sindical e representa
novas possibilidades na cooperação internacional entre Brasil,
Espanha e Itália”.
De acordo com Greg, o Projeto Escola
Móvel de Formação e Fortalecimento Sindical se articulará a
estratégia do atual Plano Nacional de Formação da CUT em
desenvolvimento no Nordeste, aprofundando o processo de
interiorização da formação sindical desenvolvido pelo programa de
Organização e Representação Sindical de Base, que atingiu no
período 2010-2011, mais de 600 dirigentes e militantes sindicais. “
É inegável que essa parceria que a UGT Valenciana inicia com a CUT,
através da Escola Nordeste e com a CISL Emilia Romagna, para a
implantação da Escola Móvel, representa um passo importante na
retomada dessa dimensão internacionalista da classe trabalhadora”
afirmou.