Os bancários estão na
vanguarda do movimento sindical brasileiro, segundo Marcel Barros,
secretário-geral da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro). Durante sua palestra apresentada
neste sábado, dia 2, no Encontro Estadual dos Bancários de
Pernambuco, o dirigente destacou que os bancários são a única
categoria que tem uma Convenção Coletiva Nacional, que garante os
mesmos direitos para todos os funcionários de bancos do país, do
Oiapoque a Chuí.
“Também somos os únicos trabalhadores
do país que estão preparando negociações internacionais com seus
patrões. Junto com a UNI Global Union, estamos discutindo direitos
iguais para todos os bancários do planeta que trabalham no BB, Itaú,
Santander, HSBC e BBVA, independentemente do país onde essas
empresas atuam. Também somos os únicos que construímos
democraticamente nossa pauta de reivindicações”, disse
Marcel.
Durante sua palestra, o diretor da Contraf fez um
resgate histórico da luta e organização dos bancários do Brasil.
“Tudo o que está nas 59 cláusulas da nossa Convenção Coletiva
demandou anos de negociações, mobilizações, protestos,
manifestações e greves. O caminho foi longo, mas frutífero”,
avaliou.
Além do resgate histórico, Marcel fez uma
apresentação detalhada sobre o funcionamento da Campanha Nacional
dos Bancários. “Desde o início da construção da pauta de
reivindicações, com a pesquisa que os sindicatos e a Contraf
aplicam, até a assinatura do acordo com os bancos, tudo é feito de
maneira democrática, sempre ouvindo os bancários em assembleias e
encontros”, disse, ao explicar o sistema de negociação coordenado
pela Contraf.
“Construímos um Comando Nacional dos
Bancários, que é responsável pelas negociações com os bancos.
Esse Comando é formado pela Contraf, pelas 10 federações estaduais
e regionais e pelos 24 maiores sindicatos de bancários do país,
inclusive o de Pernambuco, que é representado pela presidenta
Jaqueline Mello.
Marcel também explicou como funciona a
organização dos bancos que negociam com os bancários e falou sobre
o poder político e econômico dessas empresas. “Enfrentar os
bancos não é tarefa fácil. Mas temos conquistado vitórias e mais
vitórias nas últimas campanhas graças ao nosso poder de pressão e
organização. A unidade nacional dos bancários é fundamental para
mantermos a nossa força. Hoje, mais de 90% dos sindicatos de
bancários do país atuam de forma conjunta e, assim, conseguimos
vencer muitos embates com os bancos, embora seja uma luta de Davi
contra Golias”, comentou Marcel.
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