Os trabalhadores do Itaú Unibanco de todo o país
irão retomar as mobilizações contra as demissões na empresa. A
proposta foi definida nesta terça-feira, 28, em São Paulo, durante
reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE), órgão
que assessora o Sindicato e a Contraf-CUT nas negociações com o
banco.
“Os bancários estão com medo de perder seus
empregos, especialmente após a entrevista de Roberto Setúbal à
revista Exame em que ele afirma que é hora de cortar”, afirma
Jair Alves, um dos coordenadores da COE Itaú Unibanco. “Os
bancários enfrentam péssimas condições de trabalho, pressão
constante por metas elevadas e sobrecarga de serviço que levam ao
adoecimento”, diz.
Para combater essa situação, as
entidades sindicais irão relançar a campanha nacional contra as
demissões, deflagrada em 2010. A ideia é organizar atividades e
materiais específicos para mobilizar os trabalhadores e denunciar
aos clientes as práticas do Itaú Unibanco. “A política do
banco também prejudica a clientela, que sofre com filas e ainda paga
tarifas elevadas. Isso tem que mudar”, sustenta Jair.
A
reunião da COE Itaú Unibanco começou com uma avaliação da
situação dos funcionários do banco. O aumento no número de
demissões foi relatado por dirigentes sindicais de todas as partes
do país, com foco na região Sudeste – especialmente as cidades de
São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, mas também em cidades
do interior. De acordo com os relatos, o banco impõe uma grande
rotatividade no emprego, demitindo principalmente os trabalhadores
com maior tempo de casa.
A falta de funcionários vem causando
intensa queda nas condições de trabalho dos bancários, que estão
sobrecarregados. “Tem se tornado comum que o gerente operacional
da agência abra um caixa para trabalhar no atendimento, o que é um
caso de desvio de função”, afirma Jair. “Além disso, é
uma política equivocada do banco, que aproveita mal seu trabalhador,
cuja função é fechar negócios para a empresa”, completa.