Se o consumidor quiser financiar um
imóvel de R$ 400 mil por 30 anos com uma entrada de 40% desse valor,
pode pagar um custo efetivo total (juros mais despesas adicionais
como seguro) de 10,88% ao ano no HSBC ou de 14,02% no Banco do
Brasil. No primeiro caso, a prestação inicial será de R$ 2.706,91,
com a última caindo a R$ 737,95 pelo sistema de amortização
constante. No outro, a primeira parcela é de R$ 2.694,41, com a
final em R$ 2.636,00, pela tabela Price (de prestações
constantes).
Essas duas cotações estão nos extremos entre a
alternativa mais barata e a mais cara para o mutuário de uma amostra
com 13 opções entre instituições financeiras ativas no crédito
imobiliário.
A ferramenta de comparação entrou no ar na
quarta-feira pelo Canal do Crédito (www.canaldocredito.com.br), uma
espécie de corretor online de financiamento imobiliário, que presta
assessoria gratuita para o candidato ao crédito para aquisição da
casa própria. As instituições parceiras são HSBC, Itaú e BM Sua
Casa, mas a pesquisa abrange outros bancos. Com esse tipo de
consulta, o tomador pode obter uma economia entre 15% e 20% no valor
final do financiamento, estima Marcelo Prata, idealizador do
negócio.
Caso escolha um banco que não tem acordo comercial
com a empresa, o Canal do Crédito ensina o caminho das pedras, mas
na hora de pleitear o financiamento propriamente dito, o consumidor
tem que sentar para conversar com o gerente da agência.
O
site ainda faz simulação de empréstimos sem finalidade específica,
com a garantia do imóvel – o chamado “home equity” – e,
nessa forma de financiamento, faz a ponte entre o tomador e o Banco
Intermedium, ligado à construtora MRV, ao HSBC, além das companhias
hipotecárias BM Sua Casa e CHB, esta última com atuação em Natal.
A atualização dos dados é feita semanalmente.
Embora a
figura do corretor de financiamento imobiliário seja comum em países
como Inglaterra e Estados Unidos, o Canal do Crédito é uma
iniciativa relativamente nova no Brasil, criada em junho de 2009. No
ano passado recebeu aporte do fundo HorizonTI, gerido pela Confrapar,
que se comprometeu a injetar até R$ 6 milhões na empresa para ter
participação de cerca de 40%.
Na assessoria para o
financiamento, o Canal do Crédito indica toda a documentação
necessária e conversa diretamente com os departamentos de crédito e
jurídico dos bancos. Dessa forma, o consumidor não tem que ficar
entre idas e vindas à agência bancária e vai limitar a sua visita
à assinatura do contrato. Tal intermediação é gratuita porque são
os bancos parceiros que remuneram o Canal do Crédito, a exemplo do
que fazem para imobiliárias ou outros correspondentes bancários,
explica Prata. “Quando usa um canal alternativo para capturar
clientes, o banco deixa de ter aquele custo operacional.”
No
mercado, tal remuneração oscila entre 0,5% e 1,5% do valor
financiado, mas há casos em que o Canal do Crédito obtém um
retorno superior a isso. Esse custo não é repassado ao tomador.
As
informações que o Canal do Crédito coleta são públicas, estão
nos sites das instituições financeiras, mas com as que são
parceiras, consegue obter custos diferenciados, abaixo até das taxas
de prateleira divulgadas por elas nos próprios sites, pelo volume
que gera. Prata não abre os valores que já intermediou e se limita
a dizer que prestou assessoria para 12 mil clientes, mas nem todos
esse contatos se converteram em crédito.