A maioria dos correntistas nem
desconfia o quanto paga em tarifas bancárias. A maior parte também
não sabe que pode escolher um pacote chamado de serviço essencial
isento de taxas.
A demissão do marido trouxe mais prejuízos do
que Ivone Oliveira poderia imaginar. Ele esqueceu de encerrar a conta
salário no banco e a fatura veio salgada. “Depois de três,
quase quatro anos, o banco ligou que estava com saldo devedor de
quase R$ 500”, conta a cabeleireira.
Os bancos estão em
segundo lugar na lista de queixas do Procon de São Paulo, com quase
12 mil atendimentos em seis meses, só perde para as empresas de
cartão de crédito.
“Na conta são muitas taxas. Taxas que
eu nem entendo”, diz Manoel dos Santos, técnico em
eletrônica.
Foi para evitar a confusão de tarifas que o
Banco Central criou o pacote de serviços essenciais. Todos os bancos
são obrigados a oferecer. Nele, o cliente é isento de qualquer
cobrança.
Nesse pacote os bancos são obrigados a oferecer dez
serviços, considerados essenciais, sem nenhuma tarifa.
Alguns
deles são: fornecimento de cartão de débito, segunda via do cartão
(a não ser que o cliente peça a segunda via várias vezes porque
perdeu, estragou), quatro saques por mês (no caixa da agência ou no
caixa eletrônico), fornecimento de dois extratos por mês (desde que
esses comprovantes sejam retirados na boca do caixa ou em caixa
eletrônico) e fornecimento de até 10 folhas de cheque por
mês.
Segundo a técnica do Procon, Renata Reis, quem
ultrapassar o limite só paga pelo que utilizou a mais. “Se ele
conseguir se enquadrar, se limitar a utilização daqueles serviços,
ele não vai ter cobrança de tarifas”.
No caso da Ivone,
o marido dela deveria ter comunicado o banco por escrito de que
gostaria de encerrar a conta. “Qualquer agencia bancária da
instituição, não pode haver recusa. A partir dessa data não pode
mais cobrança tarifa”, explica Renata.