O futuro das transações bancárias pela Internet
foi um dos temas em debate nesta quarta-feira (15), no primeiro dia
da 21ª edição do Ciab Febraban, Congresso e Exposição de
Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras, promovido
pela federação dos bancos, em São Paulo. A mesa “A Tecnologia
Além da Web” abordou as duas principais alternativas à
Internet hoje disponíveis para operações: os dispositivos móveis
(como aparelhos de celular) e aparelhos de televisão.
Para
Marcelo Gomes Condé, diretor da empresa Spring Wireless, os
dispositivos móveis são mais seguros. “Nos móveis você tem
pelo menos duas camadas de segurança a mais do que quando usa um PC:
os números de série do chip e do aparelho. Esses dados facilitam o
bloqueio do acesso indevido às contas bancárias.
Além
disso, o computador é muitas vezes compartilhado com outras pessoas,
o celular não”, disse. A Spring Wireless é a principal empresa
do mundo em desenvolvimento e comercialização de aplicativos
móveis. Tem entre seus clientes Itaú, Santander e Visa.
Para
Luiz Carlos Brandão Cavalvanti Jr., diretor de Marketing do
Bradesco, com o aparecimento de novas formas de acesso virtual, os
computadores convencionais perderão espaço. “Estamos
percebendo que está chegando um momento de saturação do tempo que
as pessoas aceitam passar em frente de telas. As pessoas começarão
a dividir este tempo entre as possibilidades de acesso, e tudo indica
que quem vai sofrer mais perda é o PC.”
Em uma das
perguntas da platéia, foi citada pesquisa internacional segundo a
qual em 2015 o acesso à Internet via dispositivos móveis suplantará
o da rede fixa. “Eu acho que no Brasil isso se dará antes de
2015”, disse Condé, lembrando que nos EUA muitos dos usuários
de smart phones já abandonaram completamente o acesso à Internet
por meio de computadores.
“As pessoas preferem o telefone
pois ali não existe intermediário entre elas e a operação, como o
mouse ou o teclado. Elas gostam de usar os dedos para dar os comandos
diretamente”, disse Cavalcanti Jr.
O que é o Ciab
Febraban – O evento, o maior do gênero na América Latina, que
teve início nesta quarta-feira, vai até sexta-feira (17), e tem
como tema central A Tecnologia Além da Web.
São 5,1 mil
metros quadrados de área de exposição salas e mini auditórios,
onde acontecem palestras e rodadas de negócios. Na edição de 2010
do Ciab, 70% do público de mais 16 mil pessoas era formado por
profissionais ligados aos bancos.
“Sabemos o quanto as
inovações tecnológicas podem trazer benefícios para toda a
sociedade, mas também sabemos bem como podem ser prejudiciais para
os empregos, especialmente dos bancários. Por isso estamos
acompanhando com atenção e grande interesse as discussões do Ciab,
para nos adiantarmos na defesa contra possíveis investidas aos
empregos dos bancários”, diz a presidenta do Sindicato dos
Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.
Ela lembra que o
número de bancários foi reduzido bruscamente com a digitalização
dos serviços, iniciada nos anos 1980. Naquela década, os bancários
em todo o Brasil somavam cerca de um milhão. Hoje, apesar do
crescimento da população e da economia, os trabalhadores dos bancos
somam pouco mais de 480 mil.
